A imprensa marrom não diz, mas a punição desproporcional imposta pela poderosa FIFA ao atleta Luis Suárez da seleção uruguaia soou, como se diz por aqui, como um verdadeiro "Boi de Piranha". Uma pantomima engendrada diante dos holofotes midiáticos do planeta no sentido de desviar os olhares do mundo de outras coisas e acontecimentos mais horrendos e deploráveis. Alguns dos quais só aparecerão um pouco mais adiante.
Foi assim que a FIFA resolveu se utilizar a seu favor do episódio relacionado a tal mordida do craque uruguaio no ombro(isso mesmo no ombro em puro osso) do zagueiro italiano Chiellini. Não resta dúvida. Se ao invés do Uruguai fosse uma das seleções que compõem o chamado grupo de elite da dona FIFA, era muito pouco provável que a tal entidade máxima do futebol mundial tivesse tomado a mesma atitude no que se refere a tão rigorosa punição. O que, infelizmente sobrou para o modesto Uruguai do bom velhinho José Mujica. Não fosse a celeste, a sentença não teria sido tão drástica, ou quem sabe, nem punição existisse. Talvez alegariam simplesmente que nada constara na súmula da arbitragem.
Ora, qual a diferença entre uma mordida daquela proporção para uma cotovelada, um carrinho, uma tesourada, um xingamento, uma falta violenta ou uma agressão qualquer? Enfim, um claro desvio de conduta esportiva.
Tudo isso é possível de acontecer numa partida de futebol em particular, como nas disputas esportivas em geral. E por que na copa do mundo haveria de ser diferente? Então, por que a opção do estilo "dois pesos e duas medidas"? A propósito, o que pode ser mais grave, do que a ingerência e a intolerância dos métodos adotados pela FIFA para justificar seus projetos de exploração e de poder como se viu durante os preparativos para o evento?
A mordida do Luiz Suárez, portanto, longe de ser algo normal, também não é uma coisa nova no futebol. Até porque não estamos a assistir uma disputa entre anjos x santos. Ademais, quando um dia conseguirem a proeza de tirar o aspecto humano do esporte, o futebol por exemplo, não mais terá a menor graça. Sem querer ser contra a punição, mas convenhamos, a sentença estabelecida foi bastante extrema e desproporcional...
Por fim, sem a presença do craque Luis Suárez, a copa do mundo - ao contrário da FIFA, ficará ainda mais pobre de genialidade, sobretudo para todos aqueles que aplaudem, torcem, acompanham, pagam e admiram uma jogada espetacular, um lance genial - produtos de primeira linha do chamado futebol arte que, infelizmente está quase em extinção. Principalmente pelo fato dos atletas, assim como os cartolas no mundo inteiro só terem olhos para a fama e o dinheiro.
Então, qual a razão da FIFA querer agora posar de diferente?
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* José Cícero
Aurora - CE.
foto: esportes.terra.com.br