sábado, 28 de novembro de 2009

Artigo: Vai um forrozinho...

Um artigo que li na internet, infelizmente onde foi republicado não constava o nome do autor. Mesmo assim resolvi publicá-lo aqui pela dura e penosa verdade que traz acerca da atual miséria da nossa música miserável. Leia-o e comente.
‘Tem rapariga aí? Se tiver, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas as bandas do gênero).
As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade. Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:
Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
Zé Periquito (Duquinha),
Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),Chefe do puteiro (Aviões do forró),Mulher roleira (Saia Rodada),Mulher roleira a resposta (Forró Real),Chico Rola (Bonde do Forró),Banho de língua (Solteirões do Forró),Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).
Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas. Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental.
As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção.
Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano SuassunaO secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calypso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de ‘forró’, e Ariano exclamou: ‘Eita que é pior do que eu pensava’. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país, quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga, cachaceiro, que gosta de puteiro, ou quando uma mulher canta ’sou sua cachorrinha’. Aonde vamos parar? Como podemos querer pessoas sérias, competentes? E não pensem que uma coisa não tem a ver com a outra não, pq tem e muito! E como as mulheres querem respeito como havia antigamente? Se hoje elas pedem ‘ferro’, ‘quero logo 3′, ‘lapada na rachada’? Os homens vão e atendem.
Vamos passar essa mensagem adiante, as pessoas não podem continuar gritando e vibrando por serem putas e raparigueiros não. Reflitam bem sobre isso, eu sei que gosto é gosto… Mas, pensem direitinho se querem continuar gostando desse tipo de ‘forró’ ou qualquer outro tipo de ruído, ou se querem ser alguém de respeito na vida!
Vai um forrozinho…suas raparigas…
Ligue-ce com agencias
Posted 28 out 2009 by tome in
Opinião
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Ilustração: http://1.bp.blogspot.com

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Em Sessão extra Câmara de Aurora aprova realização de Concurso público



Numa das sessões extraordinárias mais longas da sua história, Câmara aprova o projeto para a realização do concurso público e a criação do Demutran.
Uma tácita demonstração de democracia plena. Foi com esta sensação que a população assistiu de perto todo o esforço do prefeito Adailton Macedo que durante todo o dia desta quarta-feira, (25), juntamente com o seu secretariado participou ativamente da sessão extraordinária da Câmara de vereadores.
Em pauta, a discussão e votação de importantes matérias de interesse da municipalidade como a que institucionaliza a realização do concurso público municipal para o provimento de cargos públicos em diversas áreas; a criação do Demutran e o de aprovação do Orçamento municipal para o próximo ano. Foi uma das sessões mais longas da história do legislativo aurorense que ficou marcada, inclusive, pela maneira participativa e democrática com que o executivo colocou toda a pauta à apreciação, debate e emendas dos edis durante a sessão no plenário da casa.
Com total abertura; nunca o executivo foi tão franco e inteiramente receptivo às opiniões e inserções oriundas da edilidade de Aurora. “Tudo isso só demonstra a maneira transparente e aberta com que a gestão do prefeito Adailton vem tratando as questões de interesse público. Uma coisa nova e que todos deveriam valorizar”.
Todas as discussões ocorridas no plenário durante os trabalhos, foram acompanhadas por um bom número de pessoas que compareceu a câmara, lotando as suas galerias e o auditório. A condução dos trabalhos legislativos também foi exemplar por parte do presidente, o vereador Paulo José. Por conta do horário corrido, os parlamentares, assim como os secretários municipais, assessores e convidados almoçaram na própria câmara num oferecimento da casa.
A discussão da proposta para a realização do concurso público foi um dos temas mais esperados e acompanhados pelos que se fizeram presentes à sessão. Além de parte da população que acompanhou na parte externa do plenário pelos alto falantes instalados na praça padre Cícero. Ambos os projetos juntamente com o da criação do Demutran receberam a aprovação da maioria da edilidade. Apenas a votação do orçamento e suas possíveis emendas, por uma questão de consenso ficaram para a sessão posterior.
Todos os vereadores, assim como os secretários estiveram presentes aquela que foi, sem sombra de dúvidas, uma sessão que ficará na história. Na próxima semana, a gestão municipal já começa a finalizar o edital com vistas à publicação do concurso público que visa o preenchimento de vagas para diversos cargos no serviço público municipal.
Da Redação:
do blog do JC, da Aurora e SeculteAurora.
http://www.seculteaurora.blospot.com/
www.blogdaaurorajc.blogspot.com


terça-feira, 24 de novembro de 2009

O mundo sucumbirá em 2012 ou os Maias não tinham o que fazer?*

Diante de tantas catástrofes naturais que ora se abatem em todos os quadrantes do planeta a velha idéia do final do mundo nunca esteve tão em voga como agora. E não é por menos; visto que a civilização humana vem passando por um acelerado processo de deterioração em todos os aspectos que se possa imaginar. E isso de algum modo tem se refletido nas esferas da vida terrena, tanto do concreto quanto do campo magnética e espiritual da biosfera.
A energia da negatividade há muito vem superando o lado positivo dos chamados pólos planetários. Não se trata apenas de uma discussão mística ou suprafísica das atuais condições em que vive a humanidade, mas, sobretudo de avaliarmos com os olhos da razão todo o estágio de descalabro em que se encontra mergulhado o planeta e os que nele habitam.
Estamos vivendo um momento crucial em que o homem contemporâneo está sendo chamado a escolher: Ou muda sua forma de convivência com a natureza e com seus pares, ou conhecerá inapelavelmente daqui a pouco, o mesmo fim que tiveram os dinossauros. E o que é pior: já adentramos o ponto limite. Não há mais tempo para espera. Daqui a pouco tudo será irreversível.
Portanto, esta é de fato, uma caminhada sem volta. Há fortes sinais de que o planeta está doente. Tudo por conta das diversas atividades antrópicas, com que os seres humanos têm sistematicamente desrespeitado e maltratado, ao longo da história planetária, a mãe-natureza e os seus recursos naturais.
Terremotos, tufões, tsunamis, secas, desertificações, fome, extinção de espécies, poluição, aquecimento global, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, derretimentos das calotas polares, elevação do nível do mar, escassez de água e tantos outros malefícios relacionados à natureza têm sido uma tácita evidência de que algo de muito grave vem vindo por aí ao nosso encontro. O desequilíbrio climático agora é um fato gritante que de algum modo devia gerar preocupações em todos os habitantes da Terra em especial nas hostes do poder mundial.
Ainda não sabemos até certo ponto, se os livros sagrados de diversos povos e religiões do mundo estão corretos. Porém, se fomos observar atentamente os que dizem, por exemplo, os Vedas, a Bíblia, o Alcorão, o Talmude, o Bhagava Gita, o Torah, a Cabala, dentre outros, é possível constatar uma curiosa proximidade de observação naquilo que ambos descrevem. E mais que isso. O mais incrível é que a maioria dos fatos apontados está sendo comprovada nos dias atuais.
Não estamos diante de nenhuma profecia mirabolante ou embuste de falsários, como sempre foi comum encontrar de tempos em tempos. No entanto, a desordem em que se encontra os fenômenos naturais e a própria humanidade nos levam a acreditar que algo está prestes a ocorrer e de maneira definitiva, isto é, a destruição total da espécie humana e da biodiversidade como um todo. Há, inclusive quem diga que o impacto da atual civilização sobre o planeta é bem menor que o impacto de um meteoro, como aquele que supostamente provocou a extinção dos grandes répteis há milhares de anos atrás.
A história tem provado com a aquiescência da ciência moderna de que a Terra já passou por várias catástrofes, um ciclo que vem se repetindo ao longo das eras geológica e natural da Terra. O que redundou em pouco mais de 5 longas eras glaciais quando a vida na Terra praticamente cessou por cerca de 41 a 100 mil anos. Quando a vida no planeta foi praticamente extinta, tendo que começar literalmente do marco zero. A mais recente, ocorreu a cerca de 150 milhões de anos que coincidiu com o fim dos dinossauros. Provavelmente ocasionada por um choque de um grande corpo celeste, um meteoro gigante que atingiu violentamente a terra.
Basta dizer que um desvio mudança por menor que seja no eixo da terra trará conseqüências imprevisíveis. De modo que um choque com um corpo espacial redundará numa destruição em massa de todas as espécies.
Os profetas do apocalipse reservam agora o final do ano de 2012, como o momento em que o mundo chegará ao seu final. Tendo por base, entre outras coisas, o calendário da civilização Maia, um povo que já não existe e, que viveu na mesoamérica pré-colombiana. O tal calendário termina curiosamente em 2012 e aponta de modo profético uma série de eventos fatalistas como colisões de meteoros e planetas gigantes com a terra, além de tempestades solares que deixarão o planeta às escuras, colapso dos ecossistemas, epidemias, tremores sísmicos, vulcões e ondas gigantes que adentrarão cerca de 160 km no continente.
Para alguns sensitivos, há um esquema para a evacuação do planeta organizado por naves interplanetárias de outras civilizações do cosmos, por sinal, mais avançadas que nós, cientíco-espiritual e tecnologicamente. Para estes sensitivos e outros pesquisadores adeptos da ufologia mística, um terço da população terrena irá sucumbir. Somente as partes mais alta da terra ficarão incólume e os que lá estiverem sobreviverão.
Nunca é demais lembrar que o grande cientista Albert Einstein, um dos mais inteligentes que pela Terra já passou, alertara: “sem as abelhas, os homens desaparecerão em quatros anos”. Mais uma profecia? Não. Isso agora é uma constatação. As abelhas estão desaparecendo da face da Terra. Atacadas que estão por agrotóxicos, poluição, desmatamento, vírus e desorientadas pela confusão do campo/polo magnético da Terra, não coseguindo retornar às suas colméias. 90% da polinização dos vegetais do mundo é feita pelas abelhas. A situação ambiental e de convivência social e espiritual das pessoas estão tão grave que agora Nostradamus passou a ser a bola da vez.
O fim do mundo agora tem o respaldo, inclusive da ciência. O planeta vem dando claros sinais do seu esgotamento vez que não consegue mais repor tudo o que os 6,7 bilhões de pessoas vem consumido como verdadeiras formigas e gafanhotos devoradores dos recursos naturais.
Se em 2012 a Terra sucumbirá, ninguém saberá com exatidão. A ordem é simplesmente esperar. Agora, uma coisa é certa. A natureza já começa a cobrar de todos nós, seus honorários ambientais. O desequilíbrio climático e a degradação dos ecossistemas terrestres são apenas alguns dos fortes indicativos de toda uma desordem terrena que só tende a piorar.
Resta-nos, portanto, a tomada de uma nova consciência cósmica calcada numa visão holística, humana e espiritual da vida e do planeta, enquanto ainda há tempo. Porque daqui a pouco nada poderá ser feito...
A propósito, se ainda não estamos no fim do mundo, estamos pelos menos sdentrando o começo do fim.
(*) Por: José Cícero

sábado, 21 de novembro de 2009

Secretaria de Cultura estuda Simpósio que abordará os 83 da 1ª Passagem de Lampião e seu bando por Aurora


JC ao lado de Sérgio Barros em Juazeiro-CE e atriz Mª Bonita
No último, sábado (21) a Secretaria de Cultura de Aurora, por intermédio do secretário José Cícero esteve visitando em Juazeiro do Norte o diretor do grupo ‘Cabras de Lampião’ – o folclorista, cineasta, ator e diretor Sérgio Barros(foto).
Na ocasião foi discutida a viabilidade da realização do 1º Simpósio Municipal sobre os 83 anos da 1ª passagem de Lampião pelas terras aurorenses. Além de uma exposição sobre a temática lampiônica e o cangaço como fenômenos tipicamente nordestinos. Ainda, segundo o secretário, existe igualmente a proposta da apresentação de peças de teatro acerca da história do rei do cangaço encenada pela Cia. de Teatro Cabras de Lampião e uma outra, pelos que integram o Núcleo de artes cênicas da própria Secretaria de Cultura local. Atividades que, como pensa ele, ocorreriam de forma simultânea ao evento principal.
Um roteiro turísticos acerca da trajetória percorrida por Lampião e seu bando e prédios históricos de Aurora também faria parte da agenda comemorativa, aberta aos visitantes, conforme enfatizou José Cícero.
“Iremos levar a idéia para a apreciação do prefeito Adailton Macedo, em seguida à reunião mensal de avaliação que promovemos com toda equipe da secretaria”. “É certo dizer que Aurora protagonizou uma das páginas mais marcantes e emblemáticas da história do cangaço e de Lampião. E isto está bem contado na Revista Aurora com riquezas de detalhes”.
"Basta sabermos que vários conflitos entre a volante e o bando de Lampião aconteceram aqui, sendo o mais significativo o que ocorreu no sítio Ribeiro. Além da conhecida tentativa de envenenamento ocorrido na Ipueiras, o seqüestro do patriarca dos Liras na Lagoa do Mato, sem esquecer a ligação de Lampião com os Penitentes da Ordem Santa Cruz e com o coronel Izaías Arruda, um dos maiores coiteiros do bandoleiro na região, bem como toda a estratégia para invasão de Mossoró que aconteceu aqui sob a logística de Massilon Leite, dentre outros fatos. De tal sorte que tudo isso precisa ser contado, recontado, reescrito, reavaliado e resgatado numa perspectiva histórica avançada. Por isso a razão do evento que propomos para o final do ano. Diria ainda que a história do cangaço é a própria radiografia da realidade social sertaneja secularmente abandonada e espoliada pelas elites da dominação econômica e do poder".
Com o tema do cangaço e Lampião também podemos informar, esclarecer e educar a sociedade no que diz respeito aos fatos importantes e marcantes do nosso passado.
Ainda em julho do ano passado por ocasião da publicação da Revista Aurora o professor José Cícero, juntamente com Luiz Domingos e Ronaldo Santos já mantinha contatos com a direção da Sociedade Brasileira de Estudo do Cangaço(SBEC) que inclusive, esteve visitando alguns locais por onde o rei do cangaço e seu bando passou na terra do Menino Deus. Naquela ocasião os pesquisadores da SBEC foram recepcionados pela Revista Aurora.
Conforme José Cícero, existe ainda a grande possibilidade de uma série de apresentações cinematográficas dentro do projeto que a Seculte está concluindo, intitulado de Cine-Sertão. A idéia é popularizar a sétima arte através da apresentação de filmes que tratem da realidade regional e nordestina, sem esquecer o incentivos à produção local, amadora. Para tanto, o cineasta Sérgio Barros já se dispôs a fornecer algumas das suas produções, como também a secretaria de Cultura de Barbalha e a comissão do Cariri Cangaço através do ativista cultura Manoel Severo.
O professor historiador da UFPB Francisco Pereira, que também é membro da SBEC com sede em Mossoró-RN em contato com o secretário de cultura deAurora também já dispôs a ser um dos palestrantes.
Em Juazeiro, o chefe da Seculte conversou demoradamente com coordenador dos “cabras de Lampião” e viu de perto peças, adereços, cenários, fotografias e outros equipamentos do grupo guardados no antigo prédio da estação ferroviária da cidade ciceropolitana. “Acho até que todo aquele rico material merecia um tratamento melhor, vez que se encontrava meio que espalhados pelo chão e sem uma acomodação mais digna e adequada para um acervo cultural e histórico daquela envergadura”. Cumpre destacar que em breve a equipe da Seculte participará de um encontro com a Cia. juazeirense no sentido de finalizar as discussões acerca do referido projeto.
Da Redação do Blog da Aurora e SeculteAurora.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Barbárie Social ou Sociedade da Barbárie?

Há quem diga que estamos prestes a vivenciar o estágio da barbárie a qualquer momento. Que me perdoem os incautos e os iluminados da esperança pelo meu pessimismo exagerado, mas diria que a tal barbárie já nos chegou faz tempo.
Não sei por qual motivo geral, mas digamos que o capitalismo no seu estágio terminal tenha de algum modo substantivo, dado uma forcinha das mais consideráveis a este atual estado de coisa. Dentre as quais por intermédio de alguns expedientes do tal sistema, dentre os quais: a competição desenfreada, a fome devoradora do ter além da conta e em detrimento do Ser. A febre da lucratividade em todo o quer se faz.
Ademais, é forçoso dizer que a suposta barbárie que possa nos vir é uma piada; o fato que é que a tal barbárie que eles falam já a vivenciamos e, só não nos demos conta, simplesmente porque nos acostumamos a ela. Somos seres altamente adaptados e adaptativos... Com quase tudo que há de ruim também nos acostumamos e por esta razão ficamos quase sempre no lugar-comum da praxe social.
Resta saber se também nos tornaremos bárbaros-selvagens por capricho ou convieniência, posto que em todo o resto, de alguma maneira já nos adaptamos aos malefícios que lhe é peculiar(digo a barbárie).
Destarte, o desejo de poder. O sonho de se dá bem a qualquer custo... A mania de grandeza, a ânsia louca de consumir e de se mostrar para os outros o que não é. O fisiologismo, o modo de vida elitista e maquiado, tudo isso num só conjunto vem contribuindo efetivamente para a deterioração do mundo, da vida e do gênero humano como um todo. Chegou-se ao tempo em que alertara o mestre Rui Barbosa, de o homem sentir vergonha de ser honesto. Agora, confesso que piorou, posto que haveremos de ter medo/receio de não sermos selvagens, brutamontes, violentos, salafrários... A sociedade denominada de pós-moderna perdeu seu rumo. Está sem prumo e sem contenção naquilo que a coletividade mais temia que se chegasse um dia: o estado de barbárie absoluta. Mesmo pagando um alto preço por este descalabro, figimos não enxergar o óbvio. Como se tamanha desfarçatez não fosse igualmente uma característica inerente a esta situação calamitosa. Somos em nossa maioria uma gente sem nenhuma espécie de comprometimento real com os princípios éticos e morais. Deseducados, amorais, patéticos, ignorantes, desobedientes, covardes e mentirosos... Quando não nos dispomos a enxergar isso, creio que estamos com efeito, mentindo para nós mesmos. Esta é, impreterivelmente, a sociedade da modernidade tecnológica supostamente avançada, mas que se mostra contraditória, em face de todo o atraso que se verifica em outros aspectos importantes do seu dia a dia.O gênero humano está mergulhado numa crise humana, moral, cristã e social sem precendentes. Vivemos por conta de tudo isso, uma verdadeira época apocalíptica não apenas no quesito da moralidade ou da solidariedade humana, mas, sobretudo e, inclusive na maneira com que nos relacionamos com a mãe natureza e os recurso naturais. O planeta está por um fio. A sociedade hodierna há muito que vem perdendo os seus antigos referenciais. Dantes importantes para o equilíbrio e a harmonia natural, ético-social e humano. O homem nunca se comportara tão mal diante dos seus irmãos de caminhada e do estado de direito como agora se apresenta. De modo que nunca em outro momento da história, se tornara tanto, “lobo do próprio homem”. Ao ponto que, chamar o homem de racional é força de expressão ou no mínimo, uma definição bizantina e também a um só tempo precipitada.
O homem atual é o que esta sociedade promíscua e deletéria vem fazendo amiúde dele mesmo.
No mais, todo o resto não passa de pura ilação de poetas.
Por José Cícero
Aurora-CE.

sábado, 14 de novembro de 2009

Casarão do Cel. Xavier: Uma reflexão precisa e necessária*

Por José Cícero
Com a decisão acertada do prefeito Adailton Macêdo em adquirir o antigo casarão do Cel. Xavier – o fundado de Aurora - creio que cabe agora a cada aurorense, fazer sua reflexão acerca da importância ou não deste ato. Notadamente os intelectuais, os formadores de opinião, os professores, os pesquisadores, os autodidatas, enfim todos aqueles que de alguma maneira devem(ou deveriam) nutrir um sentimento de amor e afeto à preservação da memória histórica deste município salgadiano e que agora acaba de completar seus 126 anos de história.
Creio desta maneira, a população como um todo ficaria mais atenta e vigilante no sentido de um maior comprometimento com as coisas que o passado nos legou e que de algum modo temos o dever de conservá-las às novas gerações e a posteridade. Afinal de contas, não cabe apenas ao poder público por iniciativa muitas vezes isoladas e episódicas dá esta tratativa incomum como forma de preservação histórica. Se assim não o fosse, muito do que já foi perdido para sempre não teria ocorrido.
Neste aspecto em particular é que haveremos de relevar como uma iniciativa grandiosa a decisão da compra do antigo casarão, sobremaneira num momento de crise por que passam os municípios brasileiros. Penso ser este um presente que não tem preço, oferecido aos aurorenses justamente num momento em que seus filhos ainda festejam o auspicioso aniversário de 126 anos de uma bela história. Um momento de absoluta celebração... Como se o nosso passado voltasse incontinenti à baila como em vídeo-tape.
No entanto, é preciso que se leve esta reflexão para os nossos centros do saber: as escolas em todos os níveis, o ambiente da sala de aula em todos os seus contextos precisam da argamassa temática do nosso próprio cotidiano. Quem sabe parte do desmoronamento do nosso nível de aprendizagem não resida no fato de que carece da praxe freiriana de se trabalhar o que é nosso? A abordagem acerca do velho casarão do coronel Xavier não é apenas história como tal se parece. É ética, cidadania, psicologia educacional, geografia política, filosofia, enfim, uma boa discussão que terá a cara daquilo que nos propomos a fazer dela. A depender do nível de compreensão que teremos de uma iniciativa como esta que também se insere na pedagogia do fazer sociocultural e histórica de qualquer urbe preocupada com seus entes sociais.
O que no fundo fomentará a informação necessária no tocante àquilo que efetivamente nos pertence e criando as condições objetivas para que lutemos por sua manutenção. Urge que façamos com que cada cidadão se sinta sujeito da sua própria história e isso só acontecerá através da consciência crítica e da autocrítica acerca das coisas e do mundo no qual estamos inseridos como sujeitos históricos. E através de uma educação de fato e sem nenhuma máscara como uma ferramenta e atitude de intervenção.
Os que não pensam assim de certo modo deseducam mais do que desinformam o que é muito pior. Os que não vêem na preservação da memória histórica uma saída para a compreensão do presente e do futuro de algum modo deletério estão na chamada contramão da história e dos acontecimentos hodiernos. Cada um pensa como quer e como pode, este é um princípio que a democracia lhe confere, no entanto, pensar errado não pode ser nem de longe algo admissível quando o que está em jogo é a tentativa da construção da própria identidade de um povo, cujo papel da história tem um peso especial.
Nenhuma civilização regrediu tanto quando esqueceu o seu passado. Nenhum povo conseguiu se perpetuar no tempo e no espaço não fosse o nível de cultura que deixou em formas de registros que vão desde a oralidade, artes, tradição, monumentos, isto é, um conjunto de patrimônio histórico quer seja material ou imaterial. Tudo como indicativo da sua mais alta e inquebrantável identidade social e humana. E Aurora não pode se dá ao luxo de não enxergar este fundamento quase axiológico e pensamental.
Portanto, a compra do velho Casarão do coronel Xavier veio em boa hora. Até porque o antigo prédio não suportaria mais uma invernada. Sua situação a cada dia que passa se agrava ainda mais e está periclitante mesmo diante dos olhos de todos. Era como sua presença se desse no nível do invisível ou do supra físico. Sua recuperação arquitetônica, portanto, requer agora um caráter emergencial. O tombamento pode até esperar, mas sua recuperação nem tanto.
O antigo casarão representa hoje a mais antiga e, portanto, o mais significativo do patrimônio histórico de Aurora e quiçá de todo o Cariri Oriental. Vez que fora erguido nos idos de 1831 seis anos antes da própria matiz que na época da construção do sobrada não passara de um minúsculo oratório remanescente do padre Antonio Leite de Oliveira, dantes proprietário da fazenda Logradouro, como era chamado todo o espaço circunscrito hoje ao centro da cidade.
Após adquiririr por herança a fazenda posto que despousara uma neta do padre, o Coronel Fco. Xavier de Sousa decidiu por construir o sobrado bem ao lado do oratório. E o fez com imponência, uma construção arrojada e grandiosa para a época, algo que pudesse a um só tempo evidenciar o seu poder e demarcar por assim dizer, o centro espacial que a partir de então, seria o núcleo irradiador do seu comando. Um local estratégico escolhido a dedo uma vez que de lá podia se vislumbrar toda a visão panorâmica do que ocorria naquela ribeira de frente para o rio e o nascente. Ainda com amplas janelas viradas para todos os lados, o coronel d’Aurora podia num raio de 360º graus se dá conta em pouco passos do cotidiano da antiga Venda da Aurora. Do alto, o coronel podia ver, por exemplo, o que faziam o preto Benedito na sua capela à margem do Salgado e a mulher Aurora na sua hospedaria a receber com sua graça os almocreves que subiam e desciam do litoral e dos sertões adentrando num verdadeiro frenesi o Cariri, pernoitando na Venda da dona Aurora. Por fim, digamos agora que o velho sobrado, testemunho maior da história aurorense hoje mais do que nunca pertence(como não podia deixar de ser) a todos os filhos desta terra.
A aquisição do casarão, é muito mais que uma ação isolada de um gestor preocupado com o bem-estar da municipalidade como seria o lugar-comum de muitos pelo Brasil afora. Mas não. A aquisição do casarão é uma obra da mais alta relevância social, justamente pelo fato de está diretamente atrelada não apenas ao presente, mas, sobretudo ao passado, o presente e o futuro de várias gerações que já se foram e que ainda estão por vir. Uma obra póstuma, pretérita e ainda mais futurista. Uma motivação a mais para que todos os aurorenses nunca mais se sintam distantes dos seus ancestrais o suficiente para não se sentirem parte importante de uma construção humana que nunca termina, malgrado a insensibilidade dos homens.
Uma obra que de tão substantiva talvez somente no futuro haveremos de compreender na sua totalidade a imensa valia do seu papel na formação e consolidação da nossa consciência cidadã. Um gesto desprendido e por isso mesmo grandiosa do alcaide Adailton Macedo em favor da sua terra.
A propósito, como estaria Aurora se outros tivessem pensado antes e agido também com esta acurada visão histórica e social? Se outros não tivessem a incompreensão ousada de mandar calar o som das gargantas de poucos que defendiam o casarão mesmo antes dele chegar a este atual estado de quase morte? Mas como dizem: antes tarde do que nunca. Vida longa ao casarão nos seus 178 anos de resistência ao tempo e a insensibilidade dos homens!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

CE - Concurso público para professores: Uma típica faca de dois gumes

Por José Cícero
Concurso público. Desde a promulgação da Carta Magna de 88 para a felicidade quase geral da nação – convenhamos - foi uma novidade que de lá para cá, os anos têm nos provado que deu certo. Um instrumento isonômico e democrático que levou além do papel e das letras mortas a tão famigerada e sonhada igualdade dos cidadãos perante a lei. Ricos e pobres, pretos e brancos, apadrinhados e sem aderentes, agora seriam iguais. A linearidade das oportunidades agora seria fato.
Por fim, uma medida que só engrandece o estado democrático e direito da nação tupiniquim. Algo que ressalta e enobrece a luta de todos aqueles que primam pelo direito à igualdade e se utilizam não do 'pistolão', como no passado, mas do conhecimento e do esforço individual/intelectual como premissa para o ingresso profissional no serviço público em quaisquer das esferas. Uma coisa pela qual todos os brasileiros deveriam se orgulhar de vê-la funcionando a contento...
Como se vê todo concurso público é utilizado para resolver. Um expediente que deve funcionar em favor da sociedade e dos bons serviços prestados à coletividade. Do contrário, nenhum gestor iria fazer uso desta ferramenta se não houvesse a mais absoluta necessidade, interesse público e/ou emergência. No entanto, quem participou do último concurso realizado pelo Estado do Ceará neste dia 1º de novembro para o provimento de professores da rede pública de ensino, creio que deve ter experimentado a estranha sensação de que tal concurso foi feito não para aprovar, mas(pasmem) para o contrário. Por uma série de motivos... E olha que não me refiro unicamente ao altíssimo grau de dificuldade que o mesmo concentrara, porque isso seria até normal, não fosse um aspecto diametralmente oposto de quase todos os que já ocorreram na área.
Depois, pelo baixíssimo número de vagas oferecidas. Ora, quatro mil é brincadeira diante do verdadeiro número de carência que o sistema há muito apresenta. Depois pelas etapas propostas, num total de quatro. Isso mesmo: quatro! Que coisa demorada, penosa, quase humilhante se considerarmos que o Estado precisa com urgência de novos mestres. Será que a pressão da categoria e da própria sociedade, bem como a realização da última greve teve algo a ver com o nível quase metafísico do concurso?
Ora, o imenso número de professores temporários espalhados por todo o Ceará, alguns com mais de quatro anos prestando bons serviços ao estado parece ser mais cômodo do que professores efetivados com toda a cobertura e os benefícios da lei. Vez que os primeiros não fazem greve, não reclamam, trabalham quase à exaustão e até custam menos para o Estado.
Caso as quatro mil vagas não sejam preenchidas como é bem provável, de repente, não mais que de repente, o governo poderá dizer: “Taí, vocês me pressionaram e não tiveram a capacidade de passar. Então a culpa não é minha. Vou continuar com os contratos temporários”. O que na verdade, soaria como uma tácita desmoralização para a categoria, especialmente os temporários que já trabalham sob as condições descritas.
E aí voltariam alguns mais fragilizados moralmente e psicologicamente por não terem obtido o êxito desejado no certame. Estariam, ainda mais passivos, sem poder de reação alguma, diante de uma situação que a cada dia piora e se mostra vexatória, em grande parte para eles próprios e depois, para a educação como um todo.
Para piorar o imbróglio, cumpre ressaltar que foram justamente os professores temporários que menos dispuseram de tempo para se prepararem adequadamente para as provas, em face de estarem todos eles lecionando.
A propósito, e os que passarem na primeira etapa(prova objetiva); que critérios a mesa julgadora usará para reprová-los(se for o caso), os que passaram com absoluto heroísmo na fase inicial? Como se vê, muitas interrogações pairam sobre este processo.
Por fim, quero está errado nestas minhas elucubrações, quiçá mirabolantes, mas desejo que todos pelos menos, se dessem ao trabalho de refletir sobre as possíveis possibilidades de que elas possam de fato, por algum motivo, vir a serem verdades. E uma vez verdade sendo, poderão de fato acontecer.
Se eu estiver certo, fica difícil, sobretudo como professor, continuar acreditando numa educação diferente e de qualidade que possa provocar a tão sonhada revolução do conhecimento e da aprendizagem como tal se propõe e nos damos de corpo e alma a este monumental propósito humanista.
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