quinta-feira, 28 de março de 2013

27 de março é o Dia do Circo, você sabia? - Por José Cícero*




Ùltimo circo a passar por Aurora em 2011 - Lateral da antiga estação:Antigo local que não mais existe visto que foi completamente ocupado pela especulação imobiliária

‘Respeitável público’! Lembremos do dia dedicado ao Circo...

Artigo dedicado a memória do palhaço Fuxico


O dia 27 de março no Brasil é consagrado ao 'Dia Nacional do Circo'. A data foi escolhida em homenagem ao famoso palhaço paulista Piolin que nascera neste dia, no distante ano de 1897. É lamentável que o dia dedicado ao Circo tenha praticamente passado em branco em todo o país. Nem mesmo nas escolas o dia do circo foi sequer lembrando. E muito menos nos meios de comunicação. Já o tal  Big Brother da Globo...sic.

Como está sendo melancólico o acelerado processo de desaparecimento da arte circense em todo o Brasil. Logo o circo que no passado, por este país inteiro, desempenhou um bonito papel no campo social, artístico e cultural. Num tempo em que a tecnologia era uma utopia distante e o progresso, praticamente não existia, sobretudo nos longínquos rincões deste país continental, foi o circo quem levava novidades, alegria, lazer e entretenimento.

A chegada do circo no nosso interior era de fato, um grande acontecimento social. Algo que conseguia mexer com o cotidiano da comunidade. Uma festa que instigava a emoção e a sensibilidades de todos os habitantes do lugar, muito especialmente das crianças e da juventude em geral. O circo, além de tudo isso, era igualmente, uma ferramenta de educação popular que conseguia mobilizar parcelas importantes da sociedade por meio da arte, da ludicidade e da comunicação fácil.

Além de uma extensa lista de históricas brincadeiras que tinha o palhaço com a figura central do acontecimento, senão, o mais importante personagem da companhia. O circo também ajudou a eternizar grande apresentações musicais, mágicas, malabarismo, danças, equilibristas, engolidores de fogo, velhas(baianas)dançarinas, domadores de animais, mágicos famosos e outras atividades inusitadas do gênero. Era também espaço importante para o surgimento de novos artistas pelo país inteiro. 
Palco de renomados cantores e de grandes encenações teatrais. Peças consagradas pelo povão e de renomes mundiais. Obras da literatura e do teatro que só conseguiam chegar aos sertões, por conta do pioneirismo extraordinário do velho circo. Uma verdadeira máquina de promover um pouco de alegria e sonho num cenário em que muitas vezes, era a tristeza e o sofrimento que prevaleciam. 

Quantas histórias e quantas tragédias não se passaram sob as empanadas do velho circo. Quantas recordações. Quantas saudades... Afinal de contas, o circo desde muito se constitui como uma das mais sensacionais memórias afetivas do povo. O circo, assim como o trem e os velhos parques de diversões, foram um dia, por assim dizer, a grande novidade de gerações inteiras, de tantas cidadezinhas longe de tudo; perdidas no oco do mundo... 
Agora o que ainda resta dele encontra-se guardado para sempre no fundo do baú das nossas recordações mais sentidas e emocionantes. Uma saudade das mais doídas. Relembranças que ainda hoje povoam de bela imagens todo o imaginário coletivos os brasileiros, notadamente os interioranos.

Com o fim do circo, fico ainda mais triste; imaginando que os meus filhos nunca terão a grata oportunidade de puderem experimentar a gostosa sensação que era, estarmos sob a empanada, diante do picadeiro e por sobre os poleiros de tábuas conferindo de perto(ao vivo) todas as apresentações circenses. Coisas que o passado levou para bem longe e que não voltam jamais. Um passado de recordações das mais alegres e felizes...

E aí eu me pergunto: Então, de que os meus filhos deverão sentir saudades? Se nada mais daquele verdadeiro fenômeno existe? Se o espetáculo circense há muito que terminou? É como se a própria vida perdesse um pouco do seu antigo brilho. Como se o seu velho colorido romântico e artístico tenham se perdido, dissipados nas brumas do tempo.

Uma pena que nem mesmo hoje, no dia dedicado ao circo, os brasileiros sequer se deram conta desta simbólica homenagem a um dos movimentos mais importantes da história cultural e provinciana deste país continental.

Digamos assim mesmo, mesmo que ninguém mais se dê conta – Viva o circo! E que o circo viva para o todo e sempre vivo dentre de cada um de nós. Pois somos privilegiados pelo fato de ainda termos memória e conseguirmos sentir saudades deste passado.
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José Cícero
Secretário de Cultura e Turismo
Aurora – CE.
Fotos: 1-3 Internet(caricaturas). 2 - Circo Kelvin e 34- Palhaço Fuxixo de Aurora(- Arquivo JC)

sábado, 23 de março de 2013

Um pouco de saudade e poesia do poeta Biu Pereira



Por José Cícero
Fco Pereira da Silva - o famoso poeta BIU PEREIRA

Hoje cedo por uma dessas vontades estranhas que vez por outra nos invade a alma me pus a ler,  talvez pela milionésima vez,  o raríssima cordel – “A identidade de um ébrio”(foto abaixo), de autoria do inesquecível poeta, violeiro e cordelista missãovelhense – Fco Pereira da Silva - Biu Pereira, já falecido.  Um tanto quanto envelhecido, sobretudo pelo papel jornal em que fora confeccionado, o velho cordel foi um presente a me ofertado pelo próprio vate nos idos dos anos 80 quando  ainda era estudante do ginásio paroquial. 
Nos anos em que  comecei a visitá-lo, de quando em vez, na sua humilde moradia - uma minúscula casinha de taipa, localizada na chamada "baixa do tinguizeiro" meio escondida abaixo da rodovia na entrada da cidade. Logo após a chamada curva da Gameleira na direção de quem vai na direção do Juazeiro.

Numa época em que aquele pequeno 'bairro', era por assim dizer,  também vítima de um imenso preconceito social, visto que ficava contíguo à chama zona do bairro meretrício, ou "cabaré" como se chamava naquele tempo.

Jamais  me esqueço da primeira vez que avistei o poeta, sentado no banco, pernas estranhamente entrelaçadas, tocando viola na conhecida bodega de Chico André.

Estudante adolescente, já tocado por um certo arroubo literário, resolvi escrever algo sobre o poeta, falando do seu  sofrível isolamento, da sua vida, das agruras, da doença e da suas antigas lidas poéticas pelo oco do mundo. A matéria havia sido publicada no jornal ‘A Classe Operária’ informativo  do PC do B editado em São Paulo, mas que recebíamos com certa regularidade.

Lembro-me da peleja e do esforço  que  foi convencermos o saudoso fotógrafo Pio Luna a se deslocar a pé, do centro da cidade até o local onde morava o poeta para fazer a fotografia que ilustraria a tal reportagem. 

Cordel do Biu Pereira
Recordo-me como se fosse hoje, do poeta posando para a foto: A viola pendurada num toco da parede, como que denunciando o abandono  daquele ambiente. E o velho poeta curvado com seus braços  em cruz sobre a meia porta da sua residência. Estavam lá, além do fotógrafo, Eu, Jesualdo(Dedu), Dedé de Quinco e o também saudoso José Mago. Dedé de Quinco, inclusive,  foi quem  pagara  o preço da foto.

Diante dos inúmeros cordéis que estavam em poder do poeta, resolvemos fazer uma campanha para vendê-los nas ruas e nas escolas. E assim, arrecadarmos um pouco de dinheiro para o velho Biu que estava em dificuldade, sobretudo para comprar os seus remédios. Naquela época, tudo era muito mais difícil. E o abandono em que se encontrava o poeta, já debilitado pela doença que lhe atacava os pulmões e as vias respiratórias, era  algo penoso e lamentável.

Ele fumava com sofreguidão. "Não posso mais adiar o meu encontro com a morte. Por isso não posso deixar de fumar agora", disse-me ele com um certo sorriso amarelo no canto da boca e o cigarro no dedo. Olhando a fumaça, disse me certa feita que era a poesia sua última alegria na vida. Sem ela, o mundo não tinha mais nenhum sentido, dizia.

Muito da sua poesia, era resultante das suas próprias vivências  de cantorias em cantoria pelo mundo, inclusive pelas quebradas da Aurora. Ele falava muito do riacho do Pau Branco onde cantou por diversas vezes em noites enluaradas propícias à fina flor da poesia popular dos nossos sertões. 
Falava da contribuição e da amizade fraterna do radialista  folclorista mestre Elói Teles ante a publicação dos seus cordéis, bem como  da sua participação na rádio Araripe e Educadora do Crato onde fez programas durante alguns anos. Falava ainda, com orgulho e como saudade, do tempo das suas andanças em que fez  parceira com o próprio Patativa e Pedro Bandeira. Dos programas da rádio Iracema do Juazeiro e Salamanca de Barbalha. Da vida boêmia e da saúde que naquele instante lhe faltava.

No meu primeiro livro “Ecos da Saudade”,  lançado em 1993 resolvi fazer-lhe  uma pequena homenagem ao dedicar a ele o poema – Biu sempre Biu. Tanto em Jaguaruana, Granja e Aurora sempre recebi algumas cartas manuscritas pelas mãos do poeta. Algumas tristes e melancólicas, outras alegres e lisonjeiras, inclusive recheadas de poesias. Pela forma como me escrevia, sabia como estava o seu estado de saúde, seu espírito e a sua alma de vate, amigo, humano e valente.

Em 2001 já bastante enfermo e vivendo sob a caridade alheia o Dr. Edilson Santana e a professora Hilma Freira organizaram o livro “Versos Populares: Antologia Poética do poeta Biu Pereira”  contendo o melhor da produção poemática do decano poeta da poesia missãovelhense.

Em virtude das  freqüentes crises de asma que o atacavam, quase não mais recitava os seus improvisos poéticos  como antigamente e, tampouco dedilhava sua viola e nem escrevia seus cordéis. Era triste quando o encontrava nestes 'dias ruins' como ele mesmo chamava. Tinha um poema sobre o cajueiro e o sapo que eu gostava muito quando  recitava de  memória para mim.

A vida me levou para longe. Eis a velha luta pela sobrevivência. Anos depois fui informado por telefone  do desencarne do meu amigo poeta. Tristonho fiquei por vários dias literalmente  de mal com o mundo e com a poesia. Posto que ambos, a meu ver, foram extremamente ingratos e cruéis como o poeta Biu.

Como a vida é má e  hipócrita: Bil Pereira precisou sofrer e morrer para ser reconhecido e ficar famoso...

Entretanto, conforta-me a lídima constatação de que Biu foi poeta e, poeta sendo, viverá eternamente por entre nós.

Viva Bil Pereira! Porque toda poesia sempre será eterna...
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(*) Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Turismo 
Aurora - CE.
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quarta-feira, 20 de março de 2013

"Rezem”, diz diretor da Nasa sobre aproximação de asteroides


O diretor da Nasa (agência espacial americana), Charles Bolden, tem um conselho sobre o que fazer se um grande asteroide estiver a caminho da Terra: rezar. Isso é praticamente tudo o que se poderia fazer neste momento se asteroides ou meteoros desconhecidos estivessem em rota de colisão com o planeta, afirmou ele a legisladores na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A projeção fatalista ocorre enquanto a Nasa pede que o governo americano financie programas para detecção e desvio de objetos celestiais próximos da Terra.

Ameaças vindas do espaço costumam ser objetos da ficção científica - em filmes como Armageddon e Impacto Profundo -, porém membros do Congresso americano abordaram o assunto depois que um meteorito caiu sobre a Rússia em 15 de fevereiro e um asteroide passou muito próximo do planeta no mesmo dia. Preocupados com esses fenômenos, os políticos convidaram o diretor da Nasa para falar sobre o programa espacial e como se pode prevenir que a Terra seja atingida por corpos celestes.

Os legisladores não gostaram do que ouviram. O representante republicano Lamar Smith afirmou aos participantes, mais de uma vez, que o relatório "não era tranquilizador". Deputados governistas e da oposição, porém, se mostraram receptivos à ideia de colocar mais recursos no esforço de conter ameaças cósmicas, conforme solicitado por Charles Bolden.

O consultor científico da Casa Branca, John Holdren, observou que o financiamento anual dedicado ao catálogo de asteroides potencialmente perigosos subiu de US$ 5 milhões para mais de US$ 20 milhões nos últimos dois anos. Mesmo assim, o administrador da Nasa estimou que o trabalho de identificação de 90% dos objetos celestiais próximos da Terra entre 140 metros e 1 quilômetro de largura, como demandado pelo Congresso, deve demorar até 2030.
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Da Internet via:  www.professorjosa.com.b

"Rezem”, diz diretor da Nasa sobre aproximação de asteroides


O diretor da Nasa (agência espacial americana), Charles Bolden, tem um conselho sobre o que fazer se um grande asteroide estiver a caminho da Terra: rezar. Isso é praticamente tudo o que se poderia fazer neste momento se asteroides ou meteoros desconhecidos estivessem em rota de colisão com o planeta, afirmou ele a legisladores na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A projeção fatalista ocorre enquanto a Nasa pede que o governo americano financie programas para detecção e desvio de objetos celestiais próximos da Terra.

Ameaças vindas do espaço costumam ser objetos da ficção científica - em filmes como Armageddon e Impacto Profundo -, porém membros do Congresso americano abordaram o assunto depois que um meteorito caiu sobre a Rússia em 15 de fevereiro e um asteroide passou muito próximo do planeta no mesmo dia. Preocupados com esses fenômenos, os políticos convidaram o diretor da Nasa para falar sobre o programa espacial e como se pode prevenir que a Terra seja atingida por corpos celestes.

Os legisladores não gostaram do que ouviram. O representante republicano Lamar Smith afirmou aos participantes, mais de uma vez, que o relatório "não era tranquilizador". Deputados governistas e da oposição, porém, se mostraram receptivos à ideia de colocar mais recursos no esforço de conter ameaças cósmicas, conforme solicitado por Charles Bolden.

O consultor científico da Casa Branca, John Holdren, observou que o financiamento anual dedicado ao catálogo de asteroides potencialmente perigosos subiu de US$ 5 milhões para mais de US$ 20 milhões nos últimos dois anos. Mesmo assim, o administrador da Nasa estimou que o trabalho de identificação de 90% dos objetos celestiais próximos da Terra entre 140 metros e 1 quilômetro de largura, como demandado pelo Congresso, deve demorar até 2030.
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Da Internet via:  www.professorjosa.com.b

terça-feira, 19 de março de 2013

ACREDITE: Cientistas trazem embriões de espécie extinta de rã de volta à vida

Editora Globo
Imagem da rã, feita em laboratório, antes da extinção da espécie // Crédito: Reprodução


O cientista Mike Archer, da University of New South Wales, anunciou que ele e sua equipe conseguiram trazer embriões de uma espécie de rã, extinta desde 1983, de volta à vida. Os anfíbios teriam vivido por poucos dias - mas o feito representa um avanço científico importante.
A espécie Rheobatrachus silus é conhecida por armazenar seus ovos em sua boca e 'dar à luz' aos filhotes já formados de forma oral. Para trazer alguns indivíduos da espécie de volta a vida foi usado material genético de rãs congeladas, conservadas desde antes de sua extinção. 
Este material foi introduzido em ovos de uma rã de outra espécie (Mixophyes fasciolatus) e, depois, em uma 'barriga de aluguel' - técnica parecida com a mostrada no filme 'Parque dos Dinossauros'. Depois de postos, alguns ovos sobreviveram tempo suficiente para se transformarem em embriões. Testes genéticos confirmaram que, de fato, eles eram da espécie extinta e não de uma forma híbrida das duas espécies envolvidas na pesquisa.
Cientistas esperam que a técnica possa ser usada para reanimar outros animais extintos, incluindo o mamute. Além disso, ela pode salvar animais que estão à beira da extinção, como tigres e elefantes. O único material necessário para o procedimento seria a existência de uma sequência completa de DNA.
A reintrodução de uma espécie extinta em um habitat atual, no entanto, é uma questão polêmica - não há como prever seus efeitos no ecossistema na qual ela seria inserida.
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Da redação
In blog http://www.professorjosa.com.br //com Revista Galileu 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Chávez fez a Venezuela deixar de ser um quintal americano


O país avançou extraordinariamente sob o líder morto.

Chávez com o retrato de seu inspirador, Bolívar
Chávez com o retrato de seu inspirador, Bolívar

A América Latina foi infestada, a partir dos anos 1950, por militares patrocinados pelos Estados Unidos.
Eles transformaram a região num monumento abjeto da desigualdade social, e impuseram com a força das armas sua tirania selvagem e covarde.
Pinochet foi o maior símbolo desses militares, aos quais os brasileiros não escaparam: Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo foram capítulos lastimáveis da história moderna nacional.
Hugo Chávez rompeu, espetacularmente, com a maldição dos homens de farda a serviço dos americanos e de uma pequena elite predadora e gananciosa.
Paraquedista de formação, coronel na patente, Chávez escolheu o lado dos excluídos, dos miseráveis – e por isso fez história na sua Venezuela, na América Latina e no mundo contemporâneo.
Chávez foi filho do Caracaço – a espetacular revolta, em 1989, dos pobres venezuelanos diante da situação desesperadora a que foram levados na gestão do presidente Carlos Andrés Perez.
Carne de cachorro passou a ser consumida em larga escala por famintos que decidiram dar um basta à iniquidade. A revolta foi esmagada pelo exército venezuelano, e as mortes segundo alguns chegaram a 3 000.
Uma ala mais progressista das forças armadas ficou consternada com a forma como venezuelanos pobres foram reprimidos e assassinados.
Hugo Chávez, aos 34 anos, pertencia a essa ala.
Algum tempo depois, ele liderou uma conspiração militar que tentou derrubar uma classe política desmoralizada, inepta e cuja obra foi um país simplesmente vergonhoso.
O levante fracassou. Antes de ser preso, Chávez assumiu toda a responsabilidade pela trama e instou a seus liderados que depusessem as armas para evitar que sangue venezuelano fosse vertido copiosamente.
Chávez aprendeu ali que o caminho mais reto para mudar as coisas na Venezuela era não o das armas, mas o das urnas.
Carismático e popular, Chávez se elegeu presidente em 1998. Pela primeira vez na história recente da Venezuela, um presidente não dobrava a espinha para os Estados Unidos.
Isso custou a Chávez a perseguição obstinada de Washington. Mas entre os venezuelanos pobres – a esmagadora maioria da população – ele virou um quase santo.
Chávez comandou projetos sociais – as missiones — que retiraram da miséria milhões de excluídos. Alfabetizou-os, ofereceu-lhes cuidados médicos por conta de médicos cubanos – e acima de tudo lhes deu auto-estima. Os desvalidos tinham enfim um presidente que se interessava por eles.
O tamanho da popularidade de Chávez pode se medir num fato extraordinário: um grupo bancado pelos Estados Unidos tentou derrubá-lo em 2002. Mas em dois dias ele estava de volta ao poder, pela pressão sobretudo dos mesmos venezuelanos humildes que tinham protagonizado o Caracaço.

Amado pelo seu povo
Venezuelanos choram a morte de Chávez

Quanto ele mudou a Venezuela se percebe pelo fato de que, nas eleições presidenciais de outubro passado, a oposição colocou em seu programa os projetos sociais chavistas que, antes, eram combatidos e ridicularizados.
Chávez teve tempo de pedir aos venezuelanos que apoiassem Nicolas Maduro, seu auxiliar e amigo mais próximo.
Maduro provavelmente se baterá, em breve, com Henrique Caprilles, principal nome da oposição. As pesquisas indicam, inicialmente, vantagem clara para Maduro.
Se o chavismo sobrevive sem Chávez é uma incógnita. O que parece certo é que a Venezuela, pós-Chávez, jamais voltará a ser o que foi antes dele – um quintal dos Estados Unidos administrado por uma minúscula elite que jamais enxergou os pobres.

Fonte: http://diariodocentrodomundo.com.br/chavez-fez-a-venezuela-deixar-de-ser-um-quintal-americano/
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Hugo Chávez morre aos 58 anos

 
 
 
 
Após um tratamento de dois anos e quatro cirurgias contra um câncer, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faleceu nesta terça-feira (05/03), aos 58 anos. Militar e político, Chávez nasceu em 28 de julho de 1954, em Sabaneta, Estado de Barinas. Criado pela avó paterna, o presidente entrou no Exército Nacional da Venezuela em 1971, onde desenvolveu interesse pela política.
Chávez foi cofundador, em 1982, do MBR200 (Movimento Bolivariano Revolucionário 200), em meio à crise econômica e social que, em 1989, culminou com o “Caracazo”, revolta popular em repúdio ao pacote de medidas econômicas neoliberais. Naquele período, os 10% mais pobres da população detinham apenas 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto os 10% mais ricos, 32%. A pobreza alcançava 85% da população e as classes A e B, somadas, representavam apenas 3,5% dos venezuelanos.
Revoltado com a repressão, que gerou milhares de mortos, o MBR200 organizou, em 4 de fevereiro de 1992, três anos após o “Caracazo”, uma sublevação militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez que, embora tenha fracassado como golpe de estado, permitiu catapultar para o cenário nacional o líder maior do movimento: Chávez.
Ele ficou preso por dois anos e recebeu indulto do presidente Rafael Caldera (1994-1999). Chávez então se candidatou à eleição presidencial de 1999 com o apoio do MVR (Movimento Quinta República) e foi eleito o 52º presidente de Venezuela, com base no ideal da “Revolução Bolivariana”, amparada no chamado “Socialismo do século XXI”. O ideal tem como centro um Estado forte, provedor de direitos e regulador da economia, com expressiva participação direta na propriedade dos meios de produção.
Em 1999, Chávez inicialmente advoga pela mudança da Constituição da Venezuela de 1961, impulsionando um referendo constituinte que foi aprovado por votação popular. Em seguida, é realizado um referendo constitucional, que resultou na ratificação da Constituição da Venezuela de 1999. O presidente convoca novas eleições em 2000 e é reeleito com 55% dos votos.
Chávez dá início ao desmantelamento do sistema político que havia herdado da chamada IV República. Amparado por maioria parlamentar, os partidários de Chávez puderam adotar uma série de mecanismos plebiscitários e de participação política que detonaram o controle institucional antes exercido pelo bipartidarismo da AD (Ação Democrática) e do democrata-cristão Copei. Esses setores perdem hegemonia sobre a Assembleia Nacional, o Poder Judiciário e as Forças Armadas.
No final de 2001, Chávez sentiu-se forte para deslanchar suas primeiras reformas estruturais na economia. As principais foram a Lei de Terras (que fixou os parâmetros de reforma agrária) e dos Hidrocarbonetos (que aumentou impostos sobre as companhias privadas e o controle governamental sobre a atividade petroleira).
O ambiente de mudanças leva a oposição política ao presidente a organizar um golpe de Estado em 2002 e Chávez é retirado do poder por dois dias. Seu lugar é ocupado pelo industrial venezuelano Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras. Após forte pressão popular e amparado na lealdade de setores do exército, o presidente é restituído ao poder.
A tensão política continua, com enfrentamentos nas principais cidades venezuelanas – o mais emblemático na Praça Altamira, de Caracas – e a paralisação petroleira entre dezembro de 2002 e fevereiro de 2003.
No final de fevereiro de 2002, Chávez decidiu demitir os gestores da companhia estatal PDVSA (Petróleos da Venezuela), envolvidos no golpe. Em reação, e para tentar forçar a saída do presidente, os opositores se apoderaram do controle sobre os poços de petróleo. A operação de metade dos 14.800 poços de petróleo da companhia, que representam 95% da produção do país, foi paralisada devido à greve dos trabalhadores, deixando a população sem combustível e comida.
A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos de direita e de esquerda, liderados pela Súmate, ONG anti-chavista) organizou no final de novembro de 2003 a coleta de assinaturas para um referendo revogatório, previsto na nova Constituição venezuelana. Em 15 de agosto de 2004, 58,25% dos votantes apoiaram a permanência de Chávez na Presidência até ao fim do mandato, em dois anos e meio. Em 2006, Chavez foi novamente reeleito presidente após vencer o deputado Manuel Rosales, com 62,9% dos votos.
Em 2 de dezembro de 2007, os venezuelanos votam plebiscito sobre uma reforma à Constituição, proposta por Chávez. O povo teve a opção de aprová-la, votando “Sim”, ou de rejeitá-la, votando “Não”. Ao fim, os eleitores rejeitaram as propostas de emendas por pouco mais de 50% dos votos. Chávez reconheceu a derrota. Em 2009, uma emenda constitucional que coloca fim ao limite para a reeleição aos cargos públicos é aprovada com 54,86% dos votos.
Em setembro de 2010, ano marcado por dificuldades na economia venezuelana, abalada pelos efeitos da crise econômica mundial, o chavismo conquista 60% das cadeiras da Assembleia Nacional. Pela primeira vez desde 1999, data em que a nova Constituição entrou em vigor, a oposição participou da eleição parlamentar.
Em junho de 2011, Chávez revela durante visita oficial a Havana que sofre de um câncer. Naquele momento, ele já havia sido operado, com sucesso. Nos meses seguintes, o presidente venezuelano é submetido a ciclos de radio e quimioterapia e a mais quatro cirurgias. Ele se candidata em 2012 à reeleição.
A campanha eleitoral é encerrada debaixo de chuva em 4 de outubro com um megacomício na capital venezuelana, Caracas. Em 7 de outubro de 2012, o líder venezuelano é eleito pela quarta vez presidente da Venezuela, após derrotar nas urnas o rival, Henrique Capriles, com 54% dos votos. Dois meses depois, em 8 de dezembro, o presidente informa que o câncer havia retornado. Ele falece em Caracas, duas semanas depois de retornar de Cuba.

sábado, 2 de março de 2013

Do Blog do Cariri Cangaço

A Beleza e Simplicidade dos Canfundó! Por: Manoel Severo

Ainda por ocasião de nossa visita às terras do Coronel Santana, no distrito de Jamacaru, no alto da Chapada, solo sagrado de Missão Velha, acabamos passando por um desses lugares mágicos perdidos no tempo e no espaço: Cafundó. Não é o "Cafundó do Judas", mas o Cafundó dos Furtado e fica exatamente na estrada viscinal que liga a via principal que vem de Missão Velha em direção à Jamacaru. Antes da sede do distrito pegamos essa estrada à direita rumo a lendária Gameleira de São Sebastião, onde se localiza a famosa "Serra do Mato" e a não menos famosa "Fonte da Pendência", redutos do Coronel Santana e pouso certo de Virgulino Lampião.
Estávamos acompanhados dos confrades, Pedro Luiz e o casal José Cícero e dona Cláudia. O lugar é simplesmente maravilhoso, a natureza pródiga nos permite "viajar" e por alguns instantes nos desligarmo-nos do mundo real.
 Manoel Severo, Pedro Luis, Dona Terezinha e José Cícero
José Cícero e o banco de cem anos
Na casa de dona Terezinha Furtado Cruz, bem à beira do caminho, residência secular, pode-se perceber o zêlo e esmero a começar pelo madeiramento de seu telhado, "delicadamente curvado" como se estivesse reverenciando os visitantes; Dona Terezinha, proprietária do lugar não perde tempo e nos convida a sentar no banco de estimação, "esse banco também tem mais de cem anos" confirma dona Terezinha.

Dali podemos ter uma espetacular vista do vasto vale do cariri, logo abaixo, Missão Velha e Juazeiro do Norte se destacam sob nossos olhos, a tarde ainda cai mansa, tão mansa que dá vontade de expertimentar a o lazer preguiçoso dos moradores do lugar: Com direito a  rede armada sob a proteção da Chapada e abeçoada pelo sol e a brisa de nosso amado cariri...

 
 

Manoel Severo

Missão Velha, Jamacaru, Gameleira de São Sebastião, Cafundó... 
Esse é o Cariri Cangaço 2013. 
Vem com a gente !

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Um comentário:


UM DEDO A MAIS DE PROSA...
Maravilha meu caro Manoel Severo,
Mesmo com suas descrição primorosas expressas neste texto acerca da nossa visita aquela bucólica e singular lugar, nada como conhecer in situ, isto é, com "olhos, corpo, alma e coração" esta feitura de Deus - a que aprendemos simplesmente chamá-la de 'Natureza' dos cafundós do Jamacaru, Gameleira do Pau, Serra do Mato e afins... Belezas missãovelhenses assaz indescritíveis fincadas sobre as fímbrias da Araripenha Serra.
Um imenso presente dos céus ofertado aos homens e as mulheres do vale e do Nordeste. Coisas que, de tão belas, aprazíveis e reconfortantes faz-se necessário, primeiro senti-las para em seguida, tentar dizer qualquer sensação sobre elas. Em última instância um verdadeiro refrigério para nosso cansaço, stress, mesmice, fadiga e monotonia provocados(no mais das vezes) pelo tédio infernioso das metrópoles.
Belezas raras, exuberantes e abundantes que todos terão a grata oportunidade de testemunhar e conhecê-las com os olhos e com as mãos em setembro, durante o Cariri Cangaço 2013 - O grande encontro do Cariri e do Nordeste com a sua própria história... Sejam todos bem-vindos!
Em setembro mais uma vez o Cariri cearense se fará universal...
Pax!
José Cícero
Aurora - CE.
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