Por José Cícero Coiteiro de Lampião
À sombra daquele centenário pé de joazeiro
Cujo mesmo como testemunho solitário
Ainda ali na curva do antigo caminho,
se mantêm, à duras penas, vivo.
Levei comida, informação, água e munição.
Tantas vezes pela a vida adentro,
aos jagunços de Izaías Arruda
e os cabras de Virgulino Lampião.
Foi um montão de cangaceiros
que nem me lembro os nomes,
sei apenas que foram tantos
agora em meus sacrifícios
de recordação...
Não tive escolha em abraçar esta opção.
Servir aos bandoleiros com tal desvelo.
Forçado pela sorte, fui amigo e fui coiteiro
de Silvino, Luiz padre, Sinhor Pereira e Lampião.
Apertei a mão de Massilon, Sabino e Chubim
Sorri para Durvinha, Maria Bonita e Dadá.
Com ciúme, uma vez Corisco quis me ameaçar.
Contudo, Lampião foi meu amigo.
Disse alto: - com este ninguém mexe não!
Fiz amizade. fiquei conhecido
De Zé Inácio, Izaías, Antonio da Piçarra
Coronel Santana e padre Cícero
O santo do sertão.
Chamam inda hoje de bandido e de ladrão
Todos aqueles antigos cangaceiros,
Mas aqui nos escondidos do sertão
Em que ficamos por anos abandonados,
Meu senhor – digo que não!
Pois os volantes dos governos da nação
Foram naquele tempo (em alguns casos)
até mais violentos e mais bandidos
Que os bandoleiros do capitão meu amigo.
Vez que surraram todos os meus filhos
Violentaram as meninas – seu moço.
E ainda puseram as mãos
no nosso dinheiro que já era tão pouco...
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