domingo, 30 de dezembro de 2012

2013, um filho que esperamos chegar... – Por José Cícero*


Prof. José Cícero
A simples idéia que temos do novo ano que se avizinha já nos enche de grandes motivações de alegria e contentamento. Algo que nos anima a sonhar, fazer planos e acreditar ainda mais na vida e no futuro, como um oceano de novas possibilidades  surgindo de repente diante de nós.
Porém, o ano-novo que tanto esperamos com entusiasmo e sofreguidão não existirá em outro lugar, senão dentro de nós mesmos. Em cada coração dos que têm sede de esperança e esperam sempre uma nova chance para recomeçar. Der tal sorte que,  o ano-novo repousa tranqüilo no mais profundo íntimo das nossas emoções mais fortes e entusiasmadas. No âmago da nossa alma otimista e do nosso espírito audaz e perseverante.
O ano-novo é uma criança ainda em formação no ventre humano do mundo a se alimentar desde muito da nossa fé, alegria e disposição para continuar. De modo que dependerá desde então, do nosso imenso carinho, cuidado e atenção.
Estamos, portanto, todos grávidos deste ano bom, que como um filho prestes a nascer requer preparativos e muito desvelo da nossa parte. Isso porque, o ano que está para vir ao mundo é mais um rebento das nossas concepções futuristas, assim como dos nossos sonhos e utopias mais fantásticas. Sendo por isso mesmo, uma gestação coletiva – fruto de um grande projeto fraternal alicerçado sempre na perspectiva de um amanhã cada vez melhor, de realizações e de prosperidades para todos.
Um ano, por assim dizer, robusto, saudável, radiante e feliz. Por conseguinte, com a nossa cara e com o exato tamanho das nossas expectativas mais alvissareiras. Quem sabe, um ano que já nasça com a dimensão da própria felicidade tantas vezes adiada e, que tanto almejamos pela vida inteira. Razão porque, somos todos efetivamente os responsáveis pelo seu aparecimento entre nós.
No mais, o ano que está prestes a nascer será fruto de um esforço humano recíproco de amor, luta e de coragem. Sangue do nosso próprio sangue de guerreiro aprendiz. O verbo ousado que, doravante se fará carne, a partir do momento em que passamos a confiar/acreditar sem hesitação.
E da mesma maneira com que todas as mães do mundo se preparam para dá a luz ao seu primeiro filho, precisamos igualmente nos preparar para este momento especial de nascimento do ano vindouro. Aqueles que não se darem a este trabalho de cuidar do ano-novo que lhes pertencem podem ser surpreendidos pelo presente de um natimorto.  De modo que perderão mais uma vez a chance que tiveram de dá vida nova e concretude aos seus próprios sonhos. E quem sabe, talvez, esta pode ter sido sua última oportunidade de gerar um filho e ser feliz de verdade em sua vida.
Portanto, sejamos vigilantes. Cuidemos todos juntos e sem demora deste instante eterno de sabedoria e grandiosidade existencial. Sejamos responsáveis e conscientes. Eis o autêntico nascimento do futuro que teremos em nossas próprias mãos. Sem nos esquecer que o verdadeiro segredo do universo é acreditar. Ainda que ninguém mais acredite. Nosso gesto de determinação poderá fazer a diferença. Como de resto, toda sabedoria de viver e ser feliz é ter fé e saber cuidar, diante de uma visão holística, crística e espiritual.
Por fim, com o bonito gesto do menino Deus lá no alto, abramos também sem medo os nossos braços, sentimentos e coração para o ano que vem vindo...
Feliz 2013 para todos!
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Prof. José Cícero
Secretário de Cultura, Turismo e Desporto.
Aurora-CE. ................
Foto ilustrativa: paixoes-secretas.blogspot.com

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sábado, 29 de dezembro de 2012

Aniversário de seis anos de criação da Revista Aurora

Da Redação

Os primeiros números da Edição de estréia da Revista AURORA 2006-2007
Número de estréia da Revista AURORA capa e miolo- dez/2006

Pauta: Velha cajazeira onde se arranchava o bando de Lampião na Ipueiras

Pesquisa de campo: JC e Luiz Domingos-07
Em dezembro de 2006, há exatos  seis anos atrás era lançado na nossa cidade  o primeiro número da revista AURORA. Uma iniciativa  pioneira articulada pelo professor e pesquisador  José Cícero ao lado do professro Luiz Domingos de Luna. 
Um informativo de cunho cultural e histórico,  que tinha como propósito central promover o resgate e a difusão da rica memória histórica do município. Especialmente da chamada história não oficial a que seu editor/redatro José Cícero denominava de realismo fantástico. 
"Uma história que a própria história esqueceu de contar, assim como uma grande gama de causos palpitantes", trazia estampada na sua capa na edição de estréia  a revista Aurora. Numa  matéria de capa especial  que abordava  a existência um tanto sombria e enigmática do centenário 'Cemitério da Bailarina' localizado no sítio Carro Quebrado(Patos) no riacho das Antas. 
Como ainda, uma reportagem-documento acerca do não menos importante e desconhecido sítio paleontológico da Massalina - localizado no leito rochoso do rio Salgado no sítio Volta na região do Pavão. Assunto que inclusive foi tema de reportagem publicada no caderno Regional do respeitado jornal Diário do Nortesde de Fortaleza(ver foto).
Na sua edição de lançamento a 'Revista Aurora' publicou ainda, uma série de reportagens inusitadas sempre enfocando o município aurorense. Dentre as quais, a casuística de ocorrências  ufológicas( sítios Olho d'água e Bordão de Velho), narrativas sobre o mito da "Braúna Santa" do sítio Martins, assim como a polêmica passagem de Lampião por Aurora nos anos de 25 e 27, o fogo do Taveira, Marica Macedo, o epísódio da fazenda Ipueiras de Zé Cardos. Inclusive o bárbaro e terrível assassinato do coronel Izaías Arruda na estação do trem, a presença do cangaço na história aurorense, dentre outros temas.
Capa: Edição online Revista Aurora
No número seguinte, a revista ainda mais robusta, enfeixou na sua pauta um corolário de assuntos ainda mais curiosos e interessantes, tais como: a história do casarão do corinel Fco. Xavier de Sousa, dito como o fundador de Aurora;  comunidades remanescentes de quilombolas(sítio Grossos); como ainda, narrativas de fatos reais sobre a existência das tradicionias Botijas(sítio Alves e Grossos), as minas do Coxá, o casarão do padre Cícero no sítio Maracajá, o mito da menina Cotinha que  obrava milagres na referida comunidade. Ainda, sobre a história da mártir Francisca - a santa popular de Aurora; o rio Salgado, a prisão de Frei Caneca no sítio Juiz, a morte do filho de Bárbara de Alencar na serra da Várzea grande(cachimbo), os Penitentes da Ordem Santa Cruz, a caverna da serra dos quintos(Vazantes), Dona Bárbara na época a mulher mais velha de Aurora, a relação de amizade de Lampião e o coronel Izaías Arruda ante a trama na fazenda Ipueiras para a invasão de Mossoró em 1927. Bem como, os cangaceiros e jagunços filhos da terra que compuseram o bando do rei do cangaço e do próprio coronel, além de artigos e  entrevistas com historiadores, populares e pesquisadores.
A repercussão em torno da empreitada informativa foi tão grande que formos convidados a fazer o lançamento da revista na TV Diário na capital cearense, assim como fomos igualmente objetos de reportagem nas páginas dos jornais como Diário do Nordeste, O Povo e Jornal do Cariri, assim como em outras mídias.
Atualmente, o projeto de continuidade da Revista Aurora, conforme o seu fundador, o pesquisador José Cícero, continua ainda de pé. De forma que, "a qualque momento, quem sabe quando o abusado e sempre  irrequieto maribondo da caatinga nos ferruar novamente, possivelmente ganharemos mais uma vez o oco do mundo para novas pesquisas e novas descobertas no campos da rica e fantástcia historiografia aurorense. E assim, decerto, iremos seguir de novo as longas e extensas pegadas históricas das léguas tiranas de Aurora", disse.
Pesquisa: Prof. José Cícero, Davi Silva e o prof. Luiz Domingos de Luna
Segundo número da Revista AURORA - 2007
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Da Redação: Blog de Aurora e site Cariri de Fato.
Fotos: jc arquivo RA.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Informação: COMO LADY GODIVA



Recentemente, em várias partes do mundo pessoas se despiram para protestar contra alguma coisa de que discordam. Em São Paulo, a Livraria Martins Fontes apoiou a ideia da escritora Vanessa Oliveira, que se desnudou para protestar contra a pirataria de livros. Com efeito, o protesto se justifica em razão da permanente desobediência à Lei 9.610/1998, que protege direitos autorais e a propriedade intelectual do autor, criador, tradutor, pesquisador ou artista. A Lei 10.695/2003 amplia o alcance e a extensão do crime de violação de direitos autorais e a agrava a pena do referido delito. E a prática de xerocopiar livros em estabelecimentos de ensino, especialmente nas universidades, parece estar com os dias contados. Tramita no Congresso Nacional o projeto de lei nº 1.197/2007 que proíbe tal prática. Quanto à Vanessa Oliveira, durante o protesto ela lançou o livro “Psicopatas do coração” e deixou muito marmanjo com o coração a sair pela boca.
Em setembro passado, cerca de 20 mulheres pertencentes ao Movimento Mulher e Saúde (MYSU), tiraram a roupa em frente do Parlamento uruguaio para protestar contra deficiências do projeto de descriminalização do aborto que estava sendo apreciado pelos legisladores uruguaios. Ativistas do “Femen”, movimento feminista ucraniano, adotam como característica tirar a roupa para protestar. Nuazinhas, as francesas desse grupo organizaram protesto contra a decisão da Ikea, empresa sueca, de retirar imagens de mulheres dos catálogos da empresa na Arábia Saudita. Seguidor do islamismo, o governo saudita proíbe que mulheres sejam mostradas sem véus.
As mentalidades atrasadas escandalizam-se facilmente em face dos ousados protestos. Não há razão para tal, pois exemplos de protestos similares não nos faltam na história. O primeiro, recolho no livro sagrado dos cristãos, a Bíblia. Isaías, o mais importante profeta do Altíssimo, passara um longo tempo nu, com o intuito de mostrar ao povo em que estado seriam deixados os judeus nos dias da cólera de Deus. “Nesse mesmo tempo falou o Senhor por intermédio de Isaías, filho de Amós, dizendo: Vai, solta o cilício de teus lombos, e descalça os sapatos dos teus pés. E ele assim o fez, indo nu e descalço”. (Isaías, 20.2). E mais: “Então disse o Senhor: Assim como o meu servo Isaías andou três anos nu e descalço, por sinal e prodígio sobre o Egito e sobre a Etiópia...” (Isaías, 20.3).
Outro exemplo famoso e belo é o de Lady Godiva, esposa de Leofric, Senhor de Coventry, na Inglaterra do ano 1040. Leofric sobrecarregou o povo de pesados impostos. O povo recorreu à esposa do nobre homem, que era doce e caridosa. Ela tentou convencer o marido da injustiça que estava a cometer. Coração empedernido, Leofric não cedeu, recriminando-a: “É preciso não terdes dignidade para advogar a
causa desses servos baixos, mesquinhos e sem sentimentos”. Godiva: “Não tenho dignidade?! Povo mesquinho?! Pois montarei a cavalo completamente nua e atravessarei a cidade. Vereis, então, como se porta este povo que tratais injustamente”. Leofric, cético, retrucou: “Se fordes bem sucedida cederei à vossa vontade”. Lady Godiva cumpriu o prometido e o povo a tudo observou em silêncio respeitoso. A população de Coventry compreendeu a abnegação daquela extraordinária mulher e poupou-lhe o mais leve sentimento de humilhação. A Leofric só restou o constrangimento de ter que voltar atrás e revogar o malfadado decreto, suprimindo os impostos. Lady Godiva ficou célebre e foi imortalizada por poetas como Lord Tennyson e pintores como J. Lefebvre Blair Leighton.
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Fonte: http://barrosalvescoisaetal.blogspot.com.br/2012/12/como-lady-godiva.html
Foto1
caminhandoporfora.blogspot.com
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Regional:

Sousa Neto novo Secretário de Cultura de Barro
Por: Manoel Severo

Prefeito de Barro, Marquinélio; Manoel Severo e Sousa Neto
Ainda em 2010, por ocasião da segunda edição do Cariri Cangaço conhecemos Sousa Neto. Na verdade em função das muitas atividades e agenda sempre cheia durante o desenvolvimento do evento, não pudemos estreitar mais a recente amizade. Só lembro quando o Sousa Neto me falou no Hall da Universidade do Cariri - URCA: "Severo ano que vem vamos levar o Cariri Cangaço para o município de Barro".

O tempo passou e me vejo novamente ao lado de Sousa Neto no maravilhoso "Centenário de Maria Bonita" promovido pelo amigo João de Sousa Lima em Paulo Afonso. Desta vez o tempo acabou sendo meu aliado e ali consegui enfim, conhecer um pouco mais esse espetacular pesquisador, estudioso, homem de realizações : Sousa Neto. Ali definimos de forma efetiva que o Cariri Cangaço ganharia mais um anfitrião: O município de Barro. 

Manoel Severo, Sousa Neto e José Cícero em uma das reuniões preparativas para o Cariri Cangaço 2011.

Chegou o ano de 2011 e ao lado de companheiros como Sousa Neto, José Cícero e Bosco André, fomos fechando a agenda do Cariri Cangaço em Barro, Aurora e Missão Velha. O evento se aproximava e a ansiedade de mais esse parceiro era muito grande. Em setembro de 2011 o município de Barro recebia o segundo dia de Cariri Cangaço. Tendo a frente o prefeito Marquinélio e o amigo Sousa Neto, vivemos uma tarde inesquecível com um dos maiores públicos do Cariri Cangaço. Barro iniciava com chave de ouro sua participação no Cariri Cangaço, e ainda vivenciávamos o lançamento do aguardado livro de Sousa Neto sobre a vida do Major Zé Inácio de Barro.

Sousa Neto e Bosco André em visita a Fazenda do Major Zé Inácio em Barro

Agora, no "apagar das luzes" de 2012, recebemos a grata informação de  que foi definido o novo quadro de secretários municipais do Município de Barro e qual não foi a nossa grande satisfação quando o senhor prefeito eleito de Barro escolheu para Secretário de Cultura e Turismo da cidade o grande pesquisador e escritor Sousa Neto.

Receba nosso abraço de parabéns querido amigo, conte conosco sempre, vamos em frente!
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Fonte: http://cariricangaco.blogspot.com.br/2012/12/sousa-neto-novo-secretario-de-cultura.html

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O que de fato penso sobre o fim do mundo

Por José Cícero

O autor JC
Desde que o mundo é mundo que a idéia da sua finitude tem servido como combustível às mais absurdas especulações humanas, bem como a um sem-número de teorias e outras profecias desairosas e inverossímeis. Quer seja,  como produto da imaginação de uns, ou mesmo crendices e fantasias de outros. Algo que, como se nota parece fazer parte da própria psicologia humana em sua escala planetária.

Do ponto de vista científico, não resta dúvida de que a Terra já tenha sido palco de algumas catástrofes significativas num total de cinco.  Causadoras de completas extinções em massa das espécies. Acontecimentos estes ocorridos em eras imemoriais e, que praticamente tenham inviabilizado a vida no planeta. A mais recente, conforme os estudos,  remontam a 65 milhões de anos. Época em que supostamente aconteceu o misterioso desaparecimento dos dinossauros, de longe, os maiores animais que já existiram na face da Terra.

De modo que, a ilação sobre o fim do mundo ao que tudo indica, corresponde ao um processo cíclico e natural  que, por sua vez, não está descartado de voltar a ocorrer. Principalmente diante dos atuais padrões de consumo dos recursos naturais, assim como do nível de degradação por que passam os  ecossistemas terrestres, o que tem acelerado o desequilíbrio climático e outros desdobramentos afins em todo o globo.

O que exige de todos  uma mudança radical no nosso processo civilizatório de atuação e consumo, que hoje mais do que em qualquer outra época da história, tem sido classificado como insustentável, posto que  está sendo considerada inviável e predatório.

Nada disso, no entanto, acontece do dia para a noite. Hoje, contudo, o atual arcabouço científico-tecnológico da humanidade é suficiente pelo menos para detectar com antecedência mínima uma possível ocorrência natural de magnitude catastrófica. De sorte que, tudo o mais não passa de meras especulações escatológicas tão comuns à humana raça, sobretudo quando se trata do final de mais um ano.

Haja vista que, com a globalização das comunicações somada a necessidade cada vez mais crescente do chamado sensacionalismo midiático, as notícias acerca de um suposto ‘fim do mundo’ tem ocupado grandes espaços e manchetes centrais na imprensa mundial. Fazendo com que, na maioria das pessoas, esta invencionice ganhe caráter de verdade absoluta.

Portanto, tudo não passa de falsas previsões anticientíficas, em alguns casos disseminadas por incrédulos gurus religiosos e outros tipos de embusteiros de plantão, cujas intenções ao que parece tem como mira provocar pânico e terror junto às pessoas. E quem sabe, obter alguma espécie de lucro, inclusive financeiro com a situação; notadamente os mais desavisados, leigos, fanáticos e ignorantes. Portanto, estes pseudo-profetas do apocalipse se utilizam dos mais variados argumentos na ânsia de mexer com o imaginário coletivo da população mundial.

Temos como exemplo o tal calendário da civilização Maia – o povo mais antigo das Américas, que sucumbiu com a dominação espanhola, por volta de 1520, tendo toda a sua cultura exterminada e suas riquezas literalmente roubadas. O mais incrível é perceber que mesmo agora no 3º milênio ainda existam em todo o planeta pessoas que ainda acreditam nestes tipos de invencionices. Pura abobrinhas...  que o nosso bom homem sertanejo chamaria simplesmente de “fouculore”. Ou quem sabe, de mera ‘conversa pra boi dormir’.

Não obstante, o que dissera certa feita o grande  romancista José Saramago de que ‘tudo o que dura muito, está mais perto de se acabar’. Ainda assim, continuo achando que este velho mundo  continuará por séculos e séculos existindo em suas maldades sem tamanho. Criando e construindo (infelizmente) as verdadeiras condições para o seu fim: a autodestruição.  O fato é que, o fim do mundo mais uma vez, este ano, estará prorrogado. Sua finitude continuará atrelada à maneira como os seres humanos se comportarão daqui pra frente em relação ao próximo e a mãe natureza.

Por conseguinte, todos aqueles que não têm e nem conseguem encontrar  em si mesmo, uma boa razão para viver sendo útil à vida planetária tanto quanto  para a melhoria do mundo , este já acabou há tempo. Mesmo periclitante o mundo continuará de pé ante a consciência dos justos e a ousadia dos bons.  Assim como nas boas ações e atitudes em defesa da vida das espécies sem nenhuma exceção. Numa perspectiva verdadeiramente holística e espiritual dos seres humanos em favor do sonho coletivo de justiça, igualdade, paz, harmonia e fraternidade.

A despeito de qualquer outra ilação mirabolante, que  pelo menos o  medo de um suposto ‘fim do mundo’ nos sirva quem sabe,  para estas ponderações reflexivas.

E se nem  isso for possível entre os mortais medrosos, creio que, de fato, o mundo já esteja no começo do fim. Mas apenas, para todos eles.
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José Cícero
Secretário de Cultura e Esportes
Professor e pesquisador
jccariry@gmail.com
Aurora – CE.

Foto grande: blogodorium.com.br
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

No centenário do Gonzagão, palmas para o rei do baião! - Por José Cícero


Neste dia 13 de dezembro o Brasil comemora (ou pelos menos deveria comemorar) o centenário de nascimento  de Luiz Gonzaga do Nascimento, aquele que foi para o todo e sempre, um dos mais completos e admirados artistas populares do Nordeste. De cara, o mais  autêntico e fiel representante da boa  música popular brasileira. O Luiz Lua Gonzaga – o Gonzagão, tão bem consagrado há mais de cinqüenta anos pela voz do povo e, depois pela crítica – como o rei do baião.  

No último dia 3 por requerimento do Senador cearense Inácio Arruda o Senado Federal realizou Sessão especial comemorativa ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, ocasião em que estiveram presentes, além de políticos, diversos artistas convidados.  
Sem exagero podemos considerá-lo como o mais importante e autêntico  artista nordestino de raiz. A um só tempo, criador e representante maior de um dos mais belos  gêneros musicais do  interior longínquo do Nordeste – o forró. Uma música profundamente  identificável e característica do cotidiano de luta de uma gente forte, sofrida e valente – Os sertanejos.
Um artista popular que,  ao contrário de muitos outros,  nunca se deixou  encantar pela fama, o sucesso assim  como os ilusórios holofotes de uma mídia cínica, covarde e interesseira, principalmente numa época das mais discriminatórias, além de preconceituosa e excludente.   Com o seu forró, baião, xote e xaxado, soube como nenhum outro cantar a alma do povo. Encarnando por seu turno, o mais puro sentimento de uma geração inteira de verdadeiros excluídos. Razão pela qual até hoje é adorado por  legiões de brasileiros espalhados por este país inteiro. 
No Nordeste, Gonzaga é simplesmente cultuado quase como um santo. O eterno vaqueiro laborioso ainda a correr com o seu aboio pelas caatingas. O matuto esperto e faceiro vestido em seu gibão rasgando as bibocas do mundo.
O sanfoneiro, cantor e compositor que ensinou o Brasil a dançar uma nova dança. E que por conta disso possibilitou um  novo olhar das metrópoles para com a arte latente e emergente dos sertões.
É ele, o mais importante artista popular do Brasil. Não somente pelo conjunto da sua obra musical: variada, singular e magnífica. Mas, sobretudo pelo importante papel social, político e cultural desempenhado  em favor  de um Brasil mais democrático, coeso, isonômico e justo. Assim como na defesa do até então esquecido povo nordestino, a que ele tanto chamou de “irmão”, emprestando assim a sua voz aos que não tinham voz alguma, inclusive de artistas que com o tempo se tornaram seus parceiros a exemplo de Patativa, Zé Dantas, João Silva, Jackson do Pandeiro, José Clementino, Zé Marcolino, Humberto Teixeira dentre outros que ajudaram a fazer do seu legado, algo universal e extraordinário.
Por quase meio século o canto gonzaguiano rompeu as mais distantes fronteiras  do Brasil ecoando desde os sertões ao litoral. Fazendo assim da nova  música interiorana uma senha para a abertura definitiva do eixo Rio-São Paulo para uma grande leva de novos  artistas(cantores, poetas, sanfoneiros e compositores) nordestinos que desde lá, seguiram até hoje os seus rastros.
Por tudo o que fez e representa até hoje para a arte nordestina e o movimento musical brasileiro em geral, mesmo depois de mais de duas décadas de sua morte, Luiz Gonzaga pode ser chamado de um predestinado. O artista do século, quiçá do milênio. De tão completo e diferenciado sua obra é digna de  reconhecimento não apenas pelos brasileiros, como igualmente no exterior.
Aquele que conseguiu pela força inigualável do seu talento levar  a música dos sertões aos mais altos e pomposos salões das elites. Rompendo num mesmo diapasão; preconceitos e impedimentos de toda sorte. Reaproximando o forró maturo e temperado dos matos a chamada música erudita da burguesia algo quase impensável para a época.
Por fim, se é verdade que ninguém no mundo pode  por nenhum motivo  ser considerado insubstituível, diria que Luiz Gonzaga, por conta da sua arte realmente monumental quebrara esta regra. Posto que ele, além de inigualável é deveras insubstituível.
Ainda por cima, se considerarmos os rumos que tomou a música popular brasileira e o chamado forró na atualidade, seria no mínimo  um desrespeito a memória de Gonzaga, assim como um  verdadeiro sacrilégio  colocarmos sequer o nome do rei do baião neste comparativo.
Palmas para o rei do baião! Viva Gonzaga pela passagem dos seus 100 anos de nascimento. Ele se manterá sempre vivo enquanto sua voz e o seu canto continuar ecoando pelos sertões do mundo.
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Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora-CE.
Serviço:
Luiz Gonzaga do Nascimento

* Exu, 13 de dezembro de 1912.
+ Recife, 2 de agosto de 1989.
Cantor, sanfoneiro e compositor nordestino.
Ficou conhecido como o Rei do Baião.
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Foto: article.wn.com
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