Um dos graves problemas enfrentados atualmente pela ciência médica é o uso indiscriminado, muitas vezes desnecessário, e inadequado de antimicrobianos, o qual traz conseqüências funestas dentre elas o aparecimento da tão temida resistência microbiana.
A resistência microbiana tem como definição a capacidade que os micróbios patogênicos têm de burlar ou ludibriar a droga que é ingerida pelo enfermo para eliminá-los. Esse evento pode beneficiar qualquer germe causador de doenças nos seres vivo. Sejam eles bactérias, vírus ou fungos. Como foi primeiramente estudado em bactérias daí se notabilizou o nome de resistência bacteriana.
Essa resistência pode ocorrer por muitos fatores. Dentre estes se citam a indicação clínica incorreta dos antibióticos, a super ou subdosagem, a prescrição por pressão ou a pedido do cliente, a insegurança do médico, a ingestão errada por parte do paciente, a diferença da metabolização da droga em cada indivíduo, os antibióticos similares sem qualidade, etc. Além de verificar-se nos postos de saúde e até mesmo em clínicas privadas a prescrição de antibacterianos para tratar um resfriado comum, uma gripe, etc. Doenças que não necessitam deste tipo de procedimento.
Na primeira metade do século passado o médico escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina. Naquela mesma época ele já descrevia a possibilidade dos micróbios estudados tornarem-se resistentes à penicilina em laboratório e que esse fenômeno poderia ocorrer no corpo humano. Infelizmente, a sua previsão se confirmou.
Mais de sessenta anos se passaram da descoberta do pesquisador Fleming e, embora esse conhecimento tenha avançado, a resistência microbiana é um gravíssimo problema de saúde pública, impondo dificuldades no tratamento das infecções. Assim, desde a descoberta da penicilina, o sucesso da terapia antimicrobiana tem sido, de certa forma, ofuscado pela resistência dos microorganismos.
O problema da resistência microbiana causado pelos motivos já citados é tão grave que, nas últimas décadas a indústria farmacêutica tem dispensados poucos recursos para a descoberta de novos antimicrobianos. A explicação é que os trabalhos de investigações nesse campo demandam muito tempo tornando-se caro e de risco elevado.
Levando-se em consideração o tempo de uso com eficácia da droga estudada, torna-se inviável devido a rapidez com que os agentes antes sensíveis adquirem resistência.
Para se ter uma idéia da gravidade do problema é interessante frisar que a aprovação pela Vigilância Sanitária Americana (FDA) de novas drogas antibacterianas foi reduzida em 56% nos últimos 20 anos. Dos antibióticos desenvolvidos nos últimos dez anos poucos ou nenhum têm atividade efetiva contra a bactéria Pseudomonas aeruginosa multi-resistente, que é responsável por muitos dos óbitos causados pelas infecções ditas “infecção hospitalar”.
Em todas as partes do mundo já existem germes multi-resistentes inclusive no Brasil. Esse problema é uma das grandes preocupações da Organização Mundial de Saúde. Especula-se que no máximo, em vinte anos um número enorme de microorganismo estará poli-resistente se continuar a desdenha com o uso dessas drogas. Se não ocorrerem mudanças drásticas de atitudes quanto ao manuseio adequado dos agentes antimicrobianos por parte dos médicos e demais prescritores, num futuro bastante próximo poderá haver infecção intratável com os antibióticos existentes.
Por derradeiro, faz-se necessário a participação de todos na discussão e resolução desse grave problema. A imprensa com seus tentáculos de chegar a todos os lugares; O poder público com o direito de chegar aonde quiser para o bem da comunidade; A sociedade civil organizada que são os verdadeiros interessados. E especialmente, os protagonistas que são os profissionais da saúde e os pacientes/clientes os quais podem modificar sobremaneira os fatores enunciados. Prescrever antibióticos não deve ser fácil nem muito menos banal para o prescritor, nem deve ser simples para o usuário tomá-los. Isto é muito grave e deve ser encarado sem sofisma e sem fantasia antes que sobrevenha o pior e seja tarde.
Autor: José Arimatéia de Macêdo –
Médico (filho de Aurora-CE e residente em Guripi-TO
1 comentário do JC:::
Creio que temas como este deveriam ser mais debatidos junto a nossa sociedade. Pois, como sabemos a automedicação é de uso corrente em toda população brasileira. O que não é nada salutar. Todavia, a questão relacionada ao uso indiscriminado dos antibiótico, ao meu juizo, multiplica o problema por 1000 posto que favorece a resistência microbiológica e, consequentemente a criação/surgimento da temível super-bactéria. Então, voltaremos a estada zero na histórica(microbiótica) quando o grande Alexande Fleming não havia ainda, por acaso, descoberto a dádiva da penicilina. Com a super-bactéria precisaremos descobrir por acaso ou não, uma substância que possa combater esta, que agora, já começa a não ser apenas uma ameaça, porém uma triste realidade. Coisas da velha humanidade... Basta vermos a gripe aviária e agora, a temível gripe suína. Que Allá nos proteja e guarde. Parabéns nobre doutor!
A resistência microbiana tem como definição a capacidade que os micróbios patogênicos têm de burlar ou ludibriar a droga que é ingerida pelo enfermo para eliminá-los. Esse evento pode beneficiar qualquer germe causador de doenças nos seres vivo. Sejam eles bactérias, vírus ou fungos. Como foi primeiramente estudado em bactérias daí se notabilizou o nome de resistência bacteriana.
Essa resistência pode ocorrer por muitos fatores. Dentre estes se citam a indicação clínica incorreta dos antibióticos, a super ou subdosagem, a prescrição por pressão ou a pedido do cliente, a insegurança do médico, a ingestão errada por parte do paciente, a diferença da metabolização da droga em cada indivíduo, os antibióticos similares sem qualidade, etc. Além de verificar-se nos postos de saúde e até mesmo em clínicas privadas a prescrição de antibacterianos para tratar um resfriado comum, uma gripe, etc. Doenças que não necessitam deste tipo de procedimento.
Na primeira metade do século passado o médico escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina. Naquela mesma época ele já descrevia a possibilidade dos micróbios estudados tornarem-se resistentes à penicilina em laboratório e que esse fenômeno poderia ocorrer no corpo humano. Infelizmente, a sua previsão se confirmou.
Mais de sessenta anos se passaram da descoberta do pesquisador Fleming e, embora esse conhecimento tenha avançado, a resistência microbiana é um gravíssimo problema de saúde pública, impondo dificuldades no tratamento das infecções. Assim, desde a descoberta da penicilina, o sucesso da terapia antimicrobiana tem sido, de certa forma, ofuscado pela resistência dos microorganismos.
O problema da resistência microbiana causado pelos motivos já citados é tão grave que, nas últimas décadas a indústria farmacêutica tem dispensados poucos recursos para a descoberta de novos antimicrobianos. A explicação é que os trabalhos de investigações nesse campo demandam muito tempo tornando-se caro e de risco elevado.
Levando-se em consideração o tempo de uso com eficácia da droga estudada, torna-se inviável devido a rapidez com que os agentes antes sensíveis adquirem resistência.
Para se ter uma idéia da gravidade do problema é interessante frisar que a aprovação pela Vigilância Sanitária Americana (FDA) de novas drogas antibacterianas foi reduzida em 56% nos últimos 20 anos. Dos antibióticos desenvolvidos nos últimos dez anos poucos ou nenhum têm atividade efetiva contra a bactéria Pseudomonas aeruginosa multi-resistente, que é responsável por muitos dos óbitos causados pelas infecções ditas “infecção hospitalar”.
Em todas as partes do mundo já existem germes multi-resistentes inclusive no Brasil. Esse problema é uma das grandes preocupações da Organização Mundial de Saúde. Especula-se que no máximo, em vinte anos um número enorme de microorganismo estará poli-resistente se continuar a desdenha com o uso dessas drogas. Se não ocorrerem mudanças drásticas de atitudes quanto ao manuseio adequado dos agentes antimicrobianos por parte dos médicos e demais prescritores, num futuro bastante próximo poderá haver infecção intratável com os antibióticos existentes.
Por derradeiro, faz-se necessário a participação de todos na discussão e resolução desse grave problema. A imprensa com seus tentáculos de chegar a todos os lugares; O poder público com o direito de chegar aonde quiser para o bem da comunidade; A sociedade civil organizada que são os verdadeiros interessados. E especialmente, os protagonistas que são os profissionais da saúde e os pacientes/clientes os quais podem modificar sobremaneira os fatores enunciados. Prescrever antibióticos não deve ser fácil nem muito menos banal para o prescritor, nem deve ser simples para o usuário tomá-los. Isto é muito grave e deve ser encarado sem sofisma e sem fantasia antes que sobrevenha o pior e seja tarde.
Autor: José Arimatéia de Macêdo –
Médico (filho de Aurora-CE e residente em Guripi-TO
1 comentário do JC:::
Creio que temas como este deveriam ser mais debatidos junto a nossa sociedade. Pois, como sabemos a automedicação é de uso corrente em toda população brasileira. O que não é nada salutar. Todavia, a questão relacionada ao uso indiscriminado dos antibiótico, ao meu juizo, multiplica o problema por 1000 posto que favorece a resistência microbiológica e, consequentemente a criação/surgimento da temível super-bactéria. Então, voltaremos a estada zero na histórica(microbiótica) quando o grande Alexande Fleming não havia ainda, por acaso, descoberto a dádiva da penicilina. Com a super-bactéria precisaremos descobrir por acaso ou não, uma substância que possa combater esta, que agora, já começa a não ser apenas uma ameaça, porém uma triste realidade. Coisas da velha humanidade... Basta vermos a gripe aviária e agora, a temível gripe suína. Que Allá nos proteja e guarde. Parabéns nobre doutor!
Prof. José Cícero/Aurora - CE.
Da Redação do Blog da Aurora e do JC.
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