Você já tentou imaginar como nasceu a cidade de Aurora?
A antiga Venda... Afinal foi no bairro da Aurora Velha(hoje São Benedito) ou será que foi no chamado quadro da matriz?
Ora, mas a matriz foi construída depois da capela de São Benedito, edificada pelos esforços e a determinação ousada do Preto Benedito(um ex-escravo alforriado oriundo da Bahia) que teve a coragem de chegar até o imperador para pedir in situ ajuda para a construção da sua promessa(a capela) a margem do Salgado quase em frente a hospedaria(sic) da célebre Dona Aurora.
Mas será que o nome da tal mulher era Aurora mesmo? O que o poeta Serra Azul tem a ver com este topônimo?
Como se ver são tantas e infinitas as dúvidas, as interrogações, as incertezas históricas, as versões e as invencionices. Que a qualquer um fica difícil, para não dizer impossível aquilatar o que há de verdadeiro ou de mentiroso, irreal, ilusório neste enredo em que os fatos históricos parecem brincar de enconde-esconde com nós, os contemporâneos.
Pensando em tudo isso, foi que desafiei o amigo, o artista plástico: Arnaldo da Ingazeiras, o mesmo que a nosso pedido pintou o quadro: “Aurora Iconográfica” que aliás utilizamos para a criação do Selo Postal comemorativo à passagem dos 126 anos de Aurora. Uma iniciativa pioneira e que foi recebida com muito entusiasmo pelos aurorense daqui e do além-fornteira.
Desta feita, instiguei-o a pintar a versão que, ao meu juízo, mais se aproxima dos verdadeiros fatos acerca dos primórdios, isto é: de como nascera a antiga Venda, e hoje Aurora. Com base no que li e pesquisei exaustivamente. De tal sorte indiquei para o mesmo um pouco daquilo que os poucos livros descrevem acerca do espaço geográfico da velha Aurora.
Como se ver são tantas e infinitas as dúvidas, as interrogações, as incertezas históricas, as versões e as invencionices. Que a qualquer um fica difícil, para não dizer impossível aquilatar o que há de verdadeiro ou de mentiroso, irreal, ilusório neste enredo em que os fatos históricos parecem brincar de enconde-esconde com nós, os contemporâneos.
Pensando em tudo isso, foi que desafiei o amigo, o artista plástico: Arnaldo da Ingazeiras, o mesmo que a nosso pedido pintou o quadro: “Aurora Iconográfica” que aliás utilizamos para a criação do Selo Postal comemorativo à passagem dos 126 anos de Aurora. Uma iniciativa pioneira e que foi recebida com muito entusiasmo pelos aurorense daqui e do além-fornteira.
Desta feita, instiguei-o a pintar a versão que, ao meu juízo, mais se aproxima dos verdadeiros fatos acerca dos primórdios, isto é: de como nascera a antiga Venda, e hoje Aurora. Com base no que li e pesquisei exaustivamente. De tal sorte indiquei para o mesmo um pouco daquilo que os poucos livros descrevem acerca do espaço geográfico da velha Aurora.
Como se uma pista fosse. Quer seja: na margem do Salgado no lugarejo que ainda agora é denominado de “As Beatas” que por sinal também é uma pista para a existência da célebre capela do ex-escravo. Uma capela de traços avançados para época, mais imponente do que o oratório que dera origem a capela, a igreja e depois, a matriz. Por sinal estivemos lá, escavando os antigos alicerces que indicam as ruínas da tal capela.De costa para o rio, que chegou até nós pelas penas de um outro artista – Reis Veloso – que por aqui passou com Gonçalves Dias, na expedição científica enviada por Dom Pedro II em meados de 1800.Um pequeno cruzeiro dos penitentes à frente a guisa de adro. Muitas árvores. Mata ciliar do rio selvagem e carnaúbas... Quase de frente para o empório/hospedaria da histórica mulher. Ambas(capela e hospedaria) abrindo passagem para os caixeiros viajantes à estrada do almocreve que dava acesso dos sertões ao litoral. Um local de descanso e diversão de todos os viajantes. Um oásis. Uma parada obrigatória que ficara célebre assim como sua proprietária. O profano e o sagrado convivendo em paz e harmonia. Será? Que mistério envolverá todo esta história?
Então, desafiei o nosso confrade pintor das Ingazeiras. Dei-lhe as coordenadas histográficas. Como disse: Uma capela, uma casa em frente, um riacho a dividir tudo ao meio. Aurora Velha da fazenda logradouro. Uma fileira de casinha/casebres cobertos de palhas. Um caminho, árvores ma mais plena exuberância. Uma elevação do terreno apontando o Sul. Um céu iluminado pelo sol assim como pela solidão do mundo. Canto de pássaros livres... Poucas pessoas na lida sertaneja. Uma paz sem medo. Um sentimento de vida plena na mais pura acepção do termo.
Então, desafiei o nosso confrade pintor das Ingazeiras. Dei-lhe as coordenadas histográficas. Como disse: Uma capela, uma casa em frente, um riacho a dividir tudo ao meio. Aurora Velha da fazenda logradouro. Uma fileira de casinha/casebres cobertos de palhas. Um caminho, árvores ma mais plena exuberância. Uma elevação do terreno apontando o Sul. Um céu iluminado pelo sol assim como pela solidão do mundo. Canto de pássaros livres... Poucas pessoas na lida sertaneja. Uma paz sem medo. Um sentimento de vida plena na mais pura acepção do termo.
Um rio em abundância de águas cristalinas... Um manancial perenizado pela natureza. Correndo por isso o ano todo. Fauna e flora fortalecidas e muito além dos homens. Uma evidência para o surgimento e colonização de todo o Cariri. A razão da vinda dos índios Kariri oriundos da Borborema acossados pela seca. A propósito: como a capela desapareceu ninguém sabe. Foi riscada da história, como dizem, varrida do mapa como num passo de mágica. Até onde pode nos levar o preconceito e a intolerância.... Ninguém sabe.
Com estes indicativos, portanto, o nosso Arnaldo da Ingazeiras criara mais uma das suas mais importantes obras – “Aurora pretérita”, cujas tintas e pinceladas no remete a pensar e repensar Aurora nos seus primórdios sem perder de vista a necessária reflexão no seu tempo presente. Tudo isso, quem sabe, como um verdadeiro esforço coletivo e psicológico através do qual toda arte verdadeira se expressa ganha vida e robustez no sentido de aumentar em nós, enquanto sociedade moderna, o espírito de amor e cidadania como tributos à história de todas às gerações que por aqui já passaram e, de algum modo deixaram a sua marca.
Com estes indicativos, portanto, o nosso Arnaldo da Ingazeiras criara mais uma das suas mais importantes obras – “Aurora pretérita”, cujas tintas e pinceladas no remete a pensar e repensar Aurora nos seus primórdios sem perder de vista a necessária reflexão no seu tempo presente. Tudo isso, quem sabe, como um verdadeiro esforço coletivo e psicológico através do qual toda arte verdadeira se expressa ganha vida e robustez no sentido de aumentar em nós, enquanto sociedade moderna, o espírito de amor e cidadania como tributos à história de todas às gerações que por aqui já passaram e, de algum modo deixaram a sua marca.
"Aurora Pretérita" - é por assim dizer no seu colorido verdejante, uma lembrança, uma recordação, uma saudade de um tempo que nos toca fundo, mesmo não o tendo vivido como seria comum às reminiscências. Mas toda saudade verdadeira e pungnte é assim mesmo: Não tem idade e mexe com a gente. Prestigiemos então, todo o talento do nosso Arnaldo da Ingazeiras - Um artista simples porque é do povo.
José Cícero
Professor, Poeta e Escritor
Secretário de Cultura
Aurora-CE.
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