quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Na Câmara Federal corrupção não rima com cassação...

Por José Cícero

Quem ainda imaginava que a opinião pública brasileira tinha alguma força sobre os nossos representantes políticos, quebrou a cara diante da vergonhosa absolvição da deputada Jaqueline Roriz do DF em recente sessão extraordinária ocorrida na Câmara Federal.
Apenas 166 dos deputados federais presentes votaram pela condenação, ou seja, pela cassação do mandato da deputada brasiliense que vinha sendo acusada de falta de decoro pralamentar, em face do seu suposto envolvimento no escândalo que ficou conhecido nacionalmente como o ‘mensalão do DEM do distrito federal. Escândalo que aliás, que levou à cassação e, inclusive, a prisão do ex-governador do DF José Roberto Arruda.

Como é possível notar, para os que fazem a Câmara Federal ‘uma imagem não vale mais que mil palavras’ como há muito acreditou a sabedoria popular. O vídeo contendo a imagem da deputada ( de carne e osso) recebendo o dinheira do esquema de corrupção parece que não valeu muito para os nossos representantes na câmara alta do país. O flagra da parlamentar sendo filmada recebdno toda aquela grana foi feito pelo próprio delator do esquema no final de 2009.

As imagens do crime correram o mundo pelos noticiários da imprensa. Não. Mas conforme o entendimento da maioria dos nossos parlamentares, aquilo não foi o suficiente. De modo que penso que a citada decisão, foi na verdade um tiro no pé para o próprio Congresso. Como de resto, uma afronta à sociedade brasileira. Um tapa na cara da ética e do bom-senso nacional. Algo que subestima e muito, a nossa capacidade de inteligência e indignação.

Quem sabe para aqueles que votaram pela absolvição, as novelas da Globo são tão mais verídicas e convicentes do que aquelas imagens que o pais inteiro acompanhou estupefato como mais um escândolo pelas TVs em rede nacional. As filmagens não passam de pura ficção... Por isso a absolvição? As imagens nunca falam por si mesmas? Será que foi esta a razão da não cassação? Que o eleitor do Brasil inteiro possa por fim refletir, tirar daqui pra frente, suas próprias conclusões...

Quem sabe a Câmara num ato de absoluta normalidade, não queira agora pedir desculpas publicamente à deputada pelo constragimento?... Só falta isso. E a opinião pública que se lixe. Às favas esse negócio de moaralidade. Os interesses corporativos são tudo o que mais importa neste velho jogo de cartas marcadas. Será?(sic)

Mas certamente, o resultado seria outro, caso a votação não fosse secreta. Tão bom seria que todo o eleitorada do país pudesse saber (ao vivo e a cores) como realmente votam os seus repreentantes no Congresso Nacional. Afinal de contas, o que teria de anormal numa votação aberta? Qual a razão de se esconder por trás de um voto secreto? Por que o medo? Que estas indagações simplórias possam ser feitas daqui a pouco a todos os políticos que nos diz representar em todas as esferas do poder. A menos que ‘eles’ não nos representem de verdade.
Em resumo, se aquilo que as imagens mostraram para o Brasil inteira, da senhora Jaqueline Roriz recebendo um enorme pacote de cédulas não foi suficiente para configurar uma falta de decoro que culminasse com uma cassação do mandato. Então, o que ainda deve ser necessária para tanto?
Sem essa de fato pretérito – a carreira de qualquer profissional exije sim, uma vida pregressa digna e ilibida. Por isso mesmo alicerçada na ética e no direito. Então, por que costumam solicitar ao trabalhador brasileiro, ao cidadão em geral, sobretudo no momento de assumir algum emprego a ‘folha corrida’ contendo os seus antecedentes?

Com esta feia decisão, creio que a câmara abriu de vez um péssimo e perigoso precedente. Queira Deus e o povo brasileiro, que os grandes e temíveis bandidos deste país não se metam a pensar que também estarão isento de culpas, diante de exemplos tristes como estes.

Por José Cícero
Aurora-CE.
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