Por José CíceroNão sei se desconfio da Seleção de futebol recém convocada pelo Dunga ou do meu pessimismo, às vezes, um tanto quanto exagerado... Produto, do meu cáustico olhar a la “gato escaldado sempre a desconfiar da água fria”. Quem sabe, uma forma de autodefesa natural de quem se acostumou a ‘confiar desconfiando’ não somente das aparências óbvias, como também das maquinais engenharias do nosso moderninho futebol-empresa-negócio.
Como no geral ocorre com a maioria das coisas do mundo e da vida, notadamente quando estas cada vez mais parecem serem movidas pelo marketing midiático; construídas pelo artificialismo do poder capitalista; difundidas e orquestradas sob as regras rígidas e a força bruta das elites, que juntas funcionam quase como uma lavagem cerebral na opinião dos fanáticos e apaixonados torcedores brasileiros.
Há por assim dizer, todo um esquema montado no sentido do anestesiamento nacional levado a cabo pelo shouwnalismo da mídia e o empastelamento das notícias, assim como de toda a crônica especializada diante deste que seguramente, se configura como um dos maiores espetáculos do mundo de todos os tempos.
Como de costume, no período da Copa do mundo a imprensa marron se mantêm como nunca à serviços da burguesia, inclusive política. Antes de constituir uma competição tradicional, a Copa do mundo virou de vez um grande negócio. Uma máquina de fazer fortuna para um restrito e seleto grupo planetário. São muitos os interesses que estarão em jogo, ao que tudo indica muito mais que atletas suando suas camisas, que no passado eram tidas como “mantos sagrados”.
Nos tempos modernos, haveremos de convir: Onde há dinheiro, mídia, holofotes e poder há sempre uma possibilidade ao escamoteamento da verdade. Uma visão subliminar de todo o contexto. Basta ver todo o cinismo televisivo, a maquiagem dos sorrisos. O jogo de palavras na arena do velho teatro a céu aberto. Enfim a cosmética definitivamente eleita como a bola da vez.
Os poderosos estarão dentro de campo e também fora dele. É preciso avaliar outra partida; um outro jogo sobremaneira de interesses múltiplos. Razão pela qual não custa nada desconfiar e não fazer coro, de cara, diante de um quadro que nada tem de novo: a não ser a mesmice do lugar comum. E, em se tratando de Brasil, tudo pode acontecer, inclusive, nada!...
Portanto, como um analista frio e torcedor que também sofre, creio até que outras seleções de tradição no futebol mundial não estejam tão boas assim, para nos impor algum tipo de medo, mesmo que o futebol atualmente tenha passado a ser uma prática sem fronteira. Jogar bem não é mais um monopólio como no passado recente.
A prática do bom futebol derrubara de vez o muro de Berlim da excludência esportiva, rompendo todas as fronteiras geopolíticas, sobretudo no quesito nivelamento. Está, portanto, nivelada a igualdade, malgrado toda a dinheirama que ora movimenta, em detrimento dos esforços humanos e sociais dedicados ao estudo e ao trabalho, enfim da economia produtiva de todo o globo. No entanto, estas questões não fazem parte das discussões futebolísticas elaboradas pela cartolagem daqui e do além-fronteira. Porque isso mexeria com velhos interesses historicamente sedimentados, de modo que nem a Fifa e nem a CBF pretendem tocar nem de longe nestas abordagens.
Sendo eu, um realista por convicção, não posso acreditar de chofre no lugar comum da comodidade bizantina, ou seja, na cantilena elaborada por conhecidos arautos do blá blá blá da telinha; tipo Galvão Bueno e Cia., bem como da seleção do técnico Dunga e do Sr. Ricardo Teixeira.
É fácil torcer. É gostoso imaginar sermos o melhor do mundo. Mas, não podemos exagerar achando que tudo está bem na seleção, que tudo esteja um céu de brigadeiro.
Porque isso não é verdade. É preciso saber decodificar ou soletrar o que está por trás das entrelinhas...
Ora alguém já se perguntou a razão de termos um técnico ‘tão seguro’, sem nunca ter provado o seu trabalho e sua experiência em qualquer equipe? Ora, porque o cargo de técnico da seleção que se diz a melhor do mundo tem que ser diferente e bem mais fácil do que o dos times de ponta do Brasil?
O jeito Dunga de comandar ou de ser comandado? A cartolagem da CBF não admitiria outro técnico que não fosse totalmente “dominado”?
Bons técnicos é coisa perigosa, tanto na vitória quanto na derrota. Talvez seja isso a razão pela qual o Dunga tenha sido o escolhido, o iluminado...
E o que dizer da lista elaborada por ele? Seria a seleção possível?
Difícil também engolir um time quase totalmente ‘estrangeiro’. Tão alienígena ao ponto de trazer nomes quase sem nenhuma identificação com a torcida aqui do Brasil. Figuras que às vezes sequer a imprensa as conhece. Sem esta identidade popular podemos dizer que a nossa seleção está carente de ídolos, coisas que dantes eram comuns.
É no mínimo lamentável um time “verde amarelo”, com apenas quatro magros nomes ora atuando no futebol nacional – Robinho e Klebson por exemplo: O primeiro praticamente dispensado pelos magnatas do primeiro mundo pelo baixo rendimento apresentado – mais um produto da mídia. E o segundo, um reserva do Flamengo, quase dispensado pelo pífio futebol apresentado nas últimas temporadas enfrentadas pelo rubro-negro carioca. Os outros dois podemos pelo menos apostar na possibilidade da surpresa.
Todos sabem que pelos menos mais quatro nomes de atletas que jogam no Brasil, teriam condições reais de estarem escalados para a Copa. Porém não foram lembrados pelo Dunga. Afinal também é sabido que os jogadores “estrangeiros” além de darem “ibope” à seleção dentro e fora do país, também conseguem gerar grandiosos rendimentos financeiros por conta do inestimável poderio das grandes empresas – as chamadas anunciantes de primeira grandeza, detentoras que são dos contratos milionários.
A Copa da África, não apenas para o time do Brasil será disputada mais uma vez por uma gama de jogadores europeus ou 'europeizados' de alguma maneira, tanto na forma quanto na dinâmica de jogar e de se portarem em campo. Então, aqui para nós: onde ficará o estilo, o talento, o modo e a antiga ginga do tão famigerado futebol arte do Brasil?
A era Dunga ressuscitou das cinzas para em seguida morrer ou terá seu estado de glória com a conquista inédita – o hexa-campeonato? Daqui a pouco o futuro nos dirá...
Por enquanto, a ordem é esperar e torcer. Afinal, como dizem, o futebol é sempre uma caixinha de surpresa. Vamos sim torcer para que dentro dela não nos venham surpresas desagradáveis, porque isso seria doloroso demais para uma nação que há muito (desde Zico e Pelé) aprendeu a tomar para si, o título eterno de melhor futebol-arte do planeta.
Torçamos então para que Dunga nos surpreenda sim, fazendo com que este time de milionários quase desconhecidos esqueçam um pouco os holofotes midiático e resolvam quem sabe, jogar futebol (afinal ganham muito para isso) fazendo com que a canarinho (agora nem tanto pelo novo uniforme) possa se sagrar hexa-campeã do mundo.
E assim a nação brasileira, na sua maioria sofrida, consiga por alguns dias se embriagar de tantas alegrias e utopias a ponto de esquecer suas dores e agruras. Até que a rotina volte de novo ao normal, sejamos nós campeões ou não.
Quando enfim, todos percebam que a vida difícil vai muito além de 90 minutos de futebol televisionado (quem sabe agora) sem mais o monopólio da poderosa.
E a vida possa enfim seguir seu rumo, diante dos velhos e duros golpes da realidade, mas que mesmo assim: teimosamente todos possam gritar bem alto: Gooool!
Desenho ilustrativo: da Internet
Há por assim dizer, todo um esquema montado no sentido do anestesiamento nacional levado a cabo pelo shouwnalismo da mídia e o empastelamento das notícias, assim como de toda a crônica especializada diante deste que seguramente, se configura como um dos maiores espetáculos do mundo de todos os tempos.
Como de costume, no período da Copa do mundo a imprensa marron se mantêm como nunca à serviços da burguesia, inclusive política. Antes de constituir uma competição tradicional, a Copa do mundo virou de vez um grande negócio. Uma máquina de fazer fortuna para um restrito e seleto grupo planetário. São muitos os interesses que estarão em jogo, ao que tudo indica muito mais que atletas suando suas camisas, que no passado eram tidas como “mantos sagrados”.
Nos tempos modernos, haveremos de convir: Onde há dinheiro, mídia, holofotes e poder há sempre uma possibilidade ao escamoteamento da verdade. Uma visão subliminar de todo o contexto. Basta ver todo o cinismo televisivo, a maquiagem dos sorrisos. O jogo de palavras na arena do velho teatro a céu aberto. Enfim a cosmética definitivamente eleita como a bola da vez.
Os poderosos estarão dentro de campo e também fora dele. É preciso avaliar outra partida; um outro jogo sobremaneira de interesses múltiplos. Razão pela qual não custa nada desconfiar e não fazer coro, de cara, diante de um quadro que nada tem de novo: a não ser a mesmice do lugar comum. E, em se tratando de Brasil, tudo pode acontecer, inclusive, nada!...
Portanto, como um analista frio e torcedor que também sofre, creio até que outras seleções de tradição no futebol mundial não estejam tão boas assim, para nos impor algum tipo de medo, mesmo que o futebol atualmente tenha passado a ser uma prática sem fronteira. Jogar bem não é mais um monopólio como no passado recente.
A prática do bom futebol derrubara de vez o muro de Berlim da excludência esportiva, rompendo todas as fronteiras geopolíticas, sobretudo no quesito nivelamento. Está, portanto, nivelada a igualdade, malgrado toda a dinheirama que ora movimenta, em detrimento dos esforços humanos e sociais dedicados ao estudo e ao trabalho, enfim da economia produtiva de todo o globo. No entanto, estas questões não fazem parte das discussões futebolísticas elaboradas pela cartolagem daqui e do além-fronteira. Porque isso mexeria com velhos interesses historicamente sedimentados, de modo que nem a Fifa e nem a CBF pretendem tocar nem de longe nestas abordagens.
Sendo eu, um realista por convicção, não posso acreditar de chofre no lugar comum da comodidade bizantina, ou seja, na cantilena elaborada por conhecidos arautos do blá blá blá da telinha; tipo Galvão Bueno e Cia., bem como da seleção do técnico Dunga e do Sr. Ricardo Teixeira.
É fácil torcer. É gostoso imaginar sermos o melhor do mundo. Mas, não podemos exagerar achando que tudo está bem na seleção, que tudo esteja um céu de brigadeiro.
Porque isso não é verdade. É preciso saber decodificar ou soletrar o que está por trás das entrelinhas...
Ora alguém já se perguntou a razão de termos um técnico ‘tão seguro’, sem nunca ter provado o seu trabalho e sua experiência em qualquer equipe? Ora, porque o cargo de técnico da seleção que se diz a melhor do mundo tem que ser diferente e bem mais fácil do que o dos times de ponta do Brasil?
O jeito Dunga de comandar ou de ser comandado? A cartolagem da CBF não admitiria outro técnico que não fosse totalmente “dominado”?
Bons técnicos é coisa perigosa, tanto na vitória quanto na derrota. Talvez seja isso a razão pela qual o Dunga tenha sido o escolhido, o iluminado...
E o que dizer da lista elaborada por ele? Seria a seleção possível?
Difícil também engolir um time quase totalmente ‘estrangeiro’. Tão alienígena ao ponto de trazer nomes quase sem nenhuma identificação com a torcida aqui do Brasil. Figuras que às vezes sequer a imprensa as conhece. Sem esta identidade popular podemos dizer que a nossa seleção está carente de ídolos, coisas que dantes eram comuns.
É no mínimo lamentável um time “verde amarelo”, com apenas quatro magros nomes ora atuando no futebol nacional – Robinho e Klebson por exemplo: O primeiro praticamente dispensado pelos magnatas do primeiro mundo pelo baixo rendimento apresentado – mais um produto da mídia. E o segundo, um reserva do Flamengo, quase dispensado pelo pífio futebol apresentado nas últimas temporadas enfrentadas pelo rubro-negro carioca. Os outros dois podemos pelo menos apostar na possibilidade da surpresa.
Todos sabem que pelos menos mais quatro nomes de atletas que jogam no Brasil, teriam condições reais de estarem escalados para a Copa. Porém não foram lembrados pelo Dunga. Afinal também é sabido que os jogadores “estrangeiros” além de darem “ibope” à seleção dentro e fora do país, também conseguem gerar grandiosos rendimentos financeiros por conta do inestimável poderio das grandes empresas – as chamadas anunciantes de primeira grandeza, detentoras que são dos contratos milionários.
A Copa da África, não apenas para o time do Brasil será disputada mais uma vez por uma gama de jogadores europeus ou 'europeizados' de alguma maneira, tanto na forma quanto na dinâmica de jogar e de se portarem em campo. Então, aqui para nós: onde ficará o estilo, o talento, o modo e a antiga ginga do tão famigerado futebol arte do Brasil?
A era Dunga ressuscitou das cinzas para em seguida morrer ou terá seu estado de glória com a conquista inédita – o hexa-campeonato? Daqui a pouco o futuro nos dirá...
Por enquanto, a ordem é esperar e torcer. Afinal, como dizem, o futebol é sempre uma caixinha de surpresa. Vamos sim torcer para que dentro dela não nos venham surpresas desagradáveis, porque isso seria doloroso demais para uma nação que há muito (desde Zico e Pelé) aprendeu a tomar para si, o título eterno de melhor futebol-arte do planeta.
Torçamos então para que Dunga nos surpreenda sim, fazendo com que este time de milionários quase desconhecidos esqueçam um pouco os holofotes midiático e resolvam quem sabe, jogar futebol (afinal ganham muito para isso) fazendo com que a canarinho (agora nem tanto pelo novo uniforme) possa se sagrar hexa-campeã do mundo.
E assim a nação brasileira, na sua maioria sofrida, consiga por alguns dias se embriagar de tantas alegrias e utopias a ponto de esquecer suas dores e agruras. Até que a rotina volte de novo ao normal, sejamos nós campeões ou não.
Quando enfim, todos percebam que a vida difícil vai muito além de 90 minutos de futebol televisionado (quem sabe agora) sem mais o monopólio da poderosa.
E a vida possa enfim seguir seu rumo, diante dos velhos e duros golpes da realidade, mas que mesmo assim: teimosamente todos possam gritar bem alto: Gooool!
Desenho ilustrativo: da Internet
Um comentário:
Uma belíssima reportagem feita pelo editor da Revista Aurora, professor José Cícero da Silva,num pleno resgate das artes cênicas, da arte circense, da cultura, enfim das preciosidades materiais e imateriais que permeiam o Brasil e o Mundo. (Na foto) Com a técnica de enfermagem se encontra outra aurorense de nome Ana Feitosa, pena que não foi possível resgatar sua história visto, ser conhecedora apenas do pessoal da era de vinte, e os familiares de Aurora, a estas alturas, devem tê-la como falecida, embora tenha confessado para mim que conheceu pessoalmente Candido Ribeiro Campos, Paulo Gonçalves Ferreira, José Gonçalves, Joaquim Gonçalves e que, residia na praça da matriz em Aurora vizinha a um Quartel ( creio não existir quartel na praça da matriz)
Mas pela consideração a esta anciã com um olhar de abandono familiar, mas que bem tratada e respeitada pela casa do idoso de Milagres é que ora, queridos aurorenses, repasso para vocês um dos testemunhos mais lúcidos e real de uma história que pulsa em ser tortuosa nos umbrais do espaço tempo.
Gostaria de convidar a todos vocês para assistirem o lançamento do 3º número da Revista Aurora que será realizado na cidade de Aurora no dia 21 de agosto quando da abertura pelo nosso secretário de Cultura e também editor prof. José Cicero da Silva, conferencista do cariri cangaço com o tema Lampião em Aurora - 80 anos.
Contamos com a sua valiosa presença.
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