A rua que era de pedra tosca
quase desértica,
se iluminava sempre,
toda vez que ela passava
com seus passos lentos e ritmados.
Uma cadência estética, sensual.
como se fosse uma marcha
cuidadosamente ensaiada.
Um passo de dança.
Uma autêntica Amazonas
Ousada e destemida, cavalgando
o dorso selvagem do seu cavalo
ao sabor do vento
roçando a sua face.
E a sua beleza era tanta
que quando ela passava
Tudo em sua volta parava.
Como que num passo de mágica.
E o riso tímido que ela carregava
Lindamente no canto da boca
Assim como a singularidade do seu corpo
para os conservadores
daquela cidadezinha
Era uma blasfêmia.
Um sacrilégio imenso.
Um acinte aos bons costumes.
Uma sedução imperdoável.
Roubando a paz das senhoras
de toda circunvizinhança.
Mas era tremenda a sua elegância.
Olhos de lince.
Lábios rubros aflorando o amor.
Cabelos longos em carambolice.
Tudo o mais que nela existisse
Era admirável.
Digno de aplausos e de louvor.
Deslumbramento de beijo em flor.
Seios pontiagudos como que querendo
Saltar fora da sua blusa provocante
de quando em vez, como de propósito,
dispensando o sutiã.
Seu dorso era uma invenção do Olimpo.
A compleição do seu rosto
Um desenho só permitido a Afrodite.
Suas mãos quando em concha,
seus dedos quando em riste.
Uma prece em favor do mundo.
Suas coxas exuberantes
profanavam nosso olhar.
Tudo do seu corpo em conjunto
beirava os limites da perfeição humana.
Ela era linda...
Uma deusa em forma de mulher.
Nova tentação de Adão.
Posta de novo para experiência,
E a sua beleza era tanta
que quando ela passava
Tudo em sua volta parava.
Como que num passo de mágica.
E o riso tímido que ela carregava
Lindamente no canto da boca
Assim como a singularidade do seu corpo
para os conservadores
daquela cidadezinha
Era uma blasfêmia.
Um sacrilégio imenso.
Um acinte aos bons costumes.
Uma sedução imperdoável.
Roubando a paz das senhoras
de toda circunvizinhança.
Mas era tremenda a sua elegância.
Olhos de lince.
Lábios rubros aflorando o amor.
Cabelos longos em carambolice.
Tudo o mais que nela existisse
Era admirável.
Digno de aplausos e de louvor.
Deslumbramento de beijo em flor.
Seios pontiagudos como que querendo
Saltar fora da sua blusa provocante
de quando em vez, como de propósito,
dispensando o sutiã.
Seu dorso era uma invenção do Olimpo.
A compleição do seu rosto
Um desenho só permitido a Afrodite.
Suas mãos quando em concha,
seus dedos quando em riste.
Uma prece em favor do mundo.
Suas coxas exuberantes
profanavam nosso olhar.
Tudo do seu corpo em conjunto
beirava os limites da perfeição humana.
Ela era linda...
Uma deusa em forma de mulher.
Nova tentação de Adão.
Posta de novo para experiência,
capricho ou teimosia
no meio da gente.
Ou como presente.
Para ser amada, adorada e até odiada.
Uma graça tão sem nome...
Que só poderíamos chamá-la
no meio da gente.
Ou como presente.
Para ser amada, adorada e até odiada.
Uma graça tão sem nome...
Que só poderíamos chamá-la
de paixão danada.
Quando ela passava,
com seus passos estonteantes.
Tudo parava por um instante.
Brasa permanentemente acesa
a queimar nossas ousadias.
em pensamentos maliciosos.
A cidade era pequena.
Uma praça adornada por erva daninha
espalhada entre as pedras mal colocadas
no chão dos becos
Quando ela passava,
com seus passos estonteantes.
Tudo parava por um instante.
Brasa permanentemente acesa
a queimar nossas ousadias.
em pensamentos maliciosos.
A cidade era pequena.
Uma praça adornada por erva daninha
espalhada entre as pedras mal colocadas
no chão dos becos
e das vielas esburacadas.
Arbusto subindo por sobre os muros
de tijolos nus.
Como nua era a visão que tínhamos dela.
Velhas ruas que ela passava,
abrigando a penumbra e a preguiça cotidiana
daquele lugar esquecido e sem memória.
E ela pisava o mato do calçamento
Com tanta leveza e tanta classe...
Como se plumas fossem
as pedras toscas dos caminhos
por onde caminhava.
E asim desfilava sua beleza
a nos instigar loucuras
e outras fantasias excêntricas.
A cidadezinha toda se iluminava
quando ela passava
com o brilho que tinham seus olhos
Arbusto subindo por sobre os muros
de tijolos nus.
Como nua era a visão que tínhamos dela.
Velhas ruas que ela passava,
abrigando a penumbra e a preguiça cotidiana
daquele lugar esquecido e sem memória.
E ela pisava o mato do calçamento
Com tanta leveza e tanta classe...
Como se plumas fossem
as pedras toscas dos caminhos
por onde caminhava.
E asim desfilava sua beleza
a nos instigar loucuras
e outras fantasias excêntricas.
A cidadezinha toda se iluminava
quando ela passava
com o brilho que tinham seus olhos
e seus passos lentos
A suscitar desejos e estranhamento.
Entre todos os que a viam
A suscitar desejos e estranhamento.
Entre todos os que a viam
em seus paseios.
Ela mexia com a cidade.
E a nossa imaginação;
de mancebos sonhadores.
Ela passava rebolando
com seus trejeitos.
E a cidadezinha,
seduzida por seus encantos
Dizia-lhe – amém!
E as mulheres ante um misto
de inveja e azedume
chamavam-na pecadora!
A despeito de toda beleza
que os deuses deram-lhe em demasia.
Exagero de tudo que é belo
amenizando a feiúra do mundo,
Ela mexia com a cidade.
E a nossa imaginação;
de mancebos sonhadores.
Ela passava rebolando
com seus trejeitos.
E a cidadezinha,
seduzida por seus encantos
Dizia-lhe – amém!
E as mulheres ante um misto
de inveja e azedume
chamavam-na pecadora!
A despeito de toda beleza
que os deuses deram-lhe em demasia.
Exagero de tudo que é belo
amenizando a feiúra do mundo,
o cansaço e a monotonia da vida.
Mas com o passar dos anos
a sua beleza pareceu maior
muito mais do que a cidadezinha
comportaria...
Tanto que num belo dia
sem ver nem porquê,
sorrateiramente,
ela partiu num trem noturno de domingo
para a cidade grande.
Desde então, ninguém jamais ficou sabendo
do seu destino.
Ou o que foi feito dela.
A mais linda mulher
Que já pisou a terra
segundo os olhos sobressaltados
de surpresa e de tristeza
dos que a adoravam.
E que ficaram para sempre
como que órfãos pela ausência dela.
Naquela cidadezinha desértica
esquecida desde então no oco do mundo.
E depois que ela partiu
a cidadezinha nunca mais foi a mesma.
O mato cobriu por inteiro a praça.
As pedras das ruas cobriram-se de ervas
Os velhos muros vieram abaixo
dando lugar aos espinhos do mata-pasto.
E o silêncio como de resto
Mas com o passar dos anos
a sua beleza pareceu maior
muito mais do que a cidadezinha
comportaria...
Tanto que num belo dia
sem ver nem porquê,
sorrateiramente,
ela partiu num trem noturno de domingo
para a cidade grande.
Desde então, ninguém jamais ficou sabendo
do seu destino.
Ou o que foi feito dela.
A mais linda mulher
Que já pisou a terra
segundo os olhos sobressaltados
de surpresa e de tristeza
dos que a adoravam.
E que ficaram para sempre
como que órfãos pela ausência dela.
Naquela cidadezinha desértica
esquecida desde então no oco do mundo.
E depois que ela partiu
a cidadezinha nunca mais foi a mesma.
O mato cobriu por inteiro a praça.
As pedras das ruas cobriram-se de ervas
Os velhos muros vieram abaixo
dando lugar aos espinhos do mata-pasto.
E o silêncio como de resto
cobriu de deserto,
de saudade e luto.
E tudo o mais que acaso restara
daquela cidadezinha provinciana
de saudade e luto.
E tudo o mais que acaso restara
daquela cidadezinha provinciana
afogara-se no remorço
por conta de toda falta
por conta de toda falta
que fizera a bela.
_____________
Por José Cícero
In Minhas Metáforas Cotidianas
Inédito - 2010
LEIA MAIS EM:
www.blogdaaurorajc.blogspot.com
www.aurora.ce.gov.br
www.seculteaurora.blogspot.com
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Inédito - 2010
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Imagem Ilustrativa: Da Internet
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