domingo, 26 de setembro de 2010

Compra de voto, um câncer social...*

Por José CíceroDiante da proximidade das eleições alguém já parou um pouco para pensar e se perguntou o porquê de tantas pseudolideranças estarem a travar verdadeira guerra pela conquista do voto a qualquer preço? Isso mesmo a qualquer preço... O termo não está sendo usado aqui como mero eufemismo.
Simplesmente porque há muito esta questão(da compra de voto) tem se transformado num fato inequívoco. Só não ver quem não quer. Pois, lamentavelmente muitos destes verdadeiros alienígenas(tantos os candidatos quanto os seus cabos eleitorais) estão a fazer das eleições(sobretudo as proporcionais) um escabroso balcão de negócio. E negócios dos mais sujos e sórdidos, diga-se de passagem.
São, por assim dizer, os autênticos vendilhões do templo. São eles que mais ‘lucram’ com as sucessivas eleições que temos, cuja forma de escolha por eles promovida fere de morte a democracia e a liberdade do eleitor. E assim, igualmente envergonham e enxovalham uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira; que corresponde ao sagrado direito de votar livre e conscientemente.
A compra de voto, portanto configura-se com um gritante desrespeito ao cidadão de bem, assim como ao próprio estado de direito. Um acinte da pior espécie cometido contra a ordem e a lei do país. Pois, se aproveitando da ingenuidade e da miséria do povo e, em alguns casos, dos que não compreenderam ainda a grande importância que tem o voto - preferem trocá-lo por algum tipo de vantagem. Quer seja financeira ou de qualquer outra forma compensatória. Fazendo do voto livre e consciente uma deplorável relação de troca, cujas conseqüências serão inevitavelmente negativas para o futuro da nação.
Ainda, existe eleitor que pensa que estas pseudolideranças, os cabos eleitorais, os neocoronéias do século XXI com seus candidatos (que às vezes nem eles próprios os conhecem), estão preocupados com o bem-estar da população? Muitos deles(os vendedores) só retornam ao município nos meses que antecedem às eleições para preparar o ataque. Afinal de contas, precisam a todo custa pagar aquilo que negociaram com os 'santinhos' dos seus candidatos.
Para todos eles é como se a Lei da Ficha Limpa nunca tivesse existido (sic). Sentem-se invariavelmente acima do bem e do mal. Posam de ricos e são ditos como pessoas de bem. Pior que todos sabem dos seus expedientes e ficam na passividade. Se estas negociatas acontecem na cidade, o que dirá na zona rural? Por que fazem das eleições um negócio? Então, aonde estar o lei?!
Enquanto isso, as verdadeiras lideranças, os bons políticos e as próprias candidaturas populares e progressiatas comprometidas com a democracia e o desenvolvimento da sociedade são prejudicadas. Porque terminam ficando em desvantagens em face do poderio econômico e do ludibrio destes que decidiram enveredar pelos caminhos da ilegalidade, por meio da compra de votos – um crime de lesa-consciência que a todos atingem, muito especialmente os mais pobres e carentes.
A compra de voto é, por conseguintemuito, mais que um crime eleitoral. Ela é um câncer mal curado que a sociedade brasileira precisar extirpar do seu meio desde já e para sempre, sob pena de sucumbir junto com ele.
Tantos anos de luta e tantas vidas que tombaram em defesa da democracia e da conquista do direito de votar... Será que só serviram para isso?... Evidente que não.
Uma eleição saudável e democrática precisa acontecer sem esta terrível e vergonhosa enfermidade. Só assim será possível garantir e assegurar um futuro efetivamente de prosperidade e progresso para o país.
Nestas eleições a palavra de ordem deve ser: Consciência!
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(*) José Cícero
Aurora-CE.
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