terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As doces chuvas da AURORA engravidando o rio Salgado

Por José Cícero Com uma chuva das mais graciosas e abundantes registrada na madrugada da última segunda-feira, dia 17 o município de Aurora figurou no rol de todos os demais do estado onde ocorreu o maior índice de precipitação pluviométrica.
Uma chuva das mais significativas considerando as últimas ocorrências registradas em toda a região que atingiu a casa dos 114 mm, cuja duração se prolongou por toda a madrugada.
O rio Salgado, por seu turno funciona como um verdadeiro termômetro natural a indicar para a população o nível da quantidade de chuva que banhara a região.
Posto que o volume das suas enxurradas evidencia para os aurorenses a dimensão da quantidade de chuvas que banham o município e outras localidades situadas nas suas cabeceiras, desde a sua nascente na serra da Batateira no Crato até a ribeira d’Aurora.
De modo que, tão logo a chuva termine, muito acorrem para a ponte na Beira-fresca na entrada da cidade. Todos têm um só propósito: saber da enchente e constatar como foram as “trombas d’água” nos municípios caririenses um pouco mais acima.
Os pescadores ribeirinhos neste momento se animam diante das suas fartas pescarias se arriscando em lances tradicionais de redes: tarrafas e galões nas ribanceiras do rio em diversas localidades do salgado na terra de Aldemir Martins, ou seja desde as Tropas, Mourro Dourado nas Ingazeiras até o poço do Meio e o Carnaubal já pras bandas do Bouqueirão de Lavras.
O velho rio desde então se enche de potência e se faz promessa viva diante dos seus povos ribeirinhos, agora prostrados às suas margens como que presenciando a celebração de um autêntico milagre da multiplicação do pão da terra, alimentando a fome e as esperanças dos mortais.
O rio Salgado neste instante é muito mais que um simples manancial de bonança e de fartura. O Salgado é toda uma louvação do sagrado, sobrepondo com a sua força hídrica e descomunal todas as necessidades frágeis do profano como um presente sobre as mãos calejadas dos homens dos nossos sertões.
As alegrias sertanejas assim como a própria vida de algum modo especial, se mantêm ainda mais ligadas a esta condição natural e intermitente do rio do Cariri que com as primeiras chuvas começa a rasgar novamente o solo ancestral dos Kariri-novos.
Um rio grávido de promessa anunciando a vinda de melhores dias e de coisas novas com que espalhando semente de futuro e de grandezas sobre a fertilidade do chão.
Por fim, o Salgado é um autêntico caminho ligando todos a centro do mundo. Porque a vida está de certa forma encontra-se intimamente ligada a ele.
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FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos):
Últimas Precipitações Pluviométricas em AURORA e região.

Aurora – Aurora 114.0 mm
Barbalha – Barbalha 53.8 mm
Iborepi – Lavras da Mangabeira 53.0 mm
Boa Vista – Várzea Alegre 37.0 mm
Poço do Pau – Brejo Santo 36.0 mm
Baixio – Baixio 35.0 mm
Juazeiro do Norte – Juazeiro do Norte 35.0 mm
Lavras da Mangabeira – Lavras da Mangabeira 30.8 mm
Ipaumirim – Ipaumirim 22.4 mm
Ingazeiras – Aurora 18.8 mm
Missão Velha – Missão Velha 18.5 mm
Umari – Umari 18.0 mm
Várzea Alegre – Várzea Alegre 17.4
Quixabinha – Mauriti 17.0 mm
Caipu – Carius 17.0 mm
Brejo Santo – Brejo Santo 16.0 mm
Granjeiro – Granjeiro 15.0 mm
Ponta da Serra – Crato 15.0 mm
Vila Feitosa – Caririaçu 15.0 mm
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